Blog do Leão Pelado



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Colaboradores:

A. João Soares, Aruangua, J. Rodrigues, Sapiens, Mentiroso



Terrorismo

Bascos, Bósnios, Kosovo, Curdos, Franceses, Irlandeses, Palestinos, Tibetanos, Timorenses e tantos outros. Serão todos Terroristas?

Em 1948, o povo dos Hebreus que não tinha emigrado vivia numa pequena porção do território chamado Palestina, um protectorado Inglês. Este povo, com a intenção de afugentar os ingleses e obter liberdade total, fazia explodir bombas por tudo quanto era sítio inglês. No entanto, nunca lhes chamaram terroristas. Porquê? No passado, um procedimento idêntico já lhes valera a quase aniquilação total pelos Romanos. Mas eles queriam ser livres.

Nesse ano, o mundo representado nas Nações Unidas reconheceu a esse povo o direito a formar um estado a que ele chamou de Israel e obrigou os vizinhos a lhe cederem o território necessário a esse fim, território com o qual os representantes desse povo concordaram em seu nome. A partir de então, esse tão lamentado povo começou a sair das fronteiras que tinha aceitado e a roubar terras aos vizinhos. O povo mártir tinha-se transformado em martirizador e usurpador. O povo que sempre lutara pela sua liberdade tornara-se agora, contra os princípios que parecera defender, o opressor, o ocupante abusador.

O povo assim espoliado, desde então tem tentado por todos os meios recuperar o que é seu e lhe tem sido extorquido pela força. Os pobres usurpadores de terras começaram a lamentar-se e a dizer que as suas vítimas espalhavam o terror nas terras que eles lhes usurpavam, oprimindo-os mesmo nos seus próprios territórios de todas as formas imagináveis escondidas pela maioria dos jornalistas.

Assim nasceu o significada moderno da palavra-termo «terrorismo», cujo significado, dada a sua origem e o género de reacção, se depreende ser uma forma de defesa contra um agressor que usurpa os territórios e os direitos doutro povo, inibindo-o da liberdade e oprimindo-o.

Veja-se mais sobre esta história, referências e alguns links. Veja-se como a maioria dos Hebreus não quis roubar os territórios alheios, como perpetrada pelos zionistas (ou sionistas). Vejam-se também os links na coluna de esquerda deste blog, sob o título Outras Opiniões.

Mais recentemente, o significado do terrorismo legítimo tem sido abusado por dois lados. Por um lado, grupos que lutam por qualquer interesse mínimo têm usado métodos idênticos na tentativa de conseguirem os seus desígnios. Embora na maioria dos casos estes meios sejam desproporcionais ao reivindicado, o certo é que, quase sempre, os seus argumentos ou parte deles são válidos. Pelo outro lado, sempre que um povo quer libertar-se do jugo de outro, exige a liberdade a que tem direito e pega em armas caseiras, após todos as possibilidades de diálogo estarem esgotadas, o usurpador, invariavelmente, chama-lhes terroristas.

Entretanto, todos parecem querer esquecer-se doutra história. Ninguém parece querer falar do direito dos escravizados, dominados e fracos a utilizarem todos os meios possíveis e ao seu alcance, quaisquer que eles forem, para se defenderem dos escravizadores, dos dominadores e dos fortes que lhes infligem sofrimentos.

Os franceses compreendem-no. Não por serem mais inteligentes do que os outros (talvez sejam mesmo o contrário), mas porque sofreram muito semelhante na carne e na sua própria terra, mas em muito menor grau, aquilo que sente o povo escravizado e colonizado da Palestina. Com a ajuda dos ingleses, assim como de todos os aliados que hoje pretendem ter-se esquecido, a Resistência Francesa, comandada pelo General de Gaule, mais tarde presidente da República, rebentava com tudo, plantava bombas em tudo quanto era sítio onde estivessem ou passassem alemães. Quanto mais alemães matassem ou fossem atingidos, melhor.

Com muito menor sofrimento infligido pelos nazis, faziam muito pior do que hoje o fazem os Palestinos aos seus bárbaros colonizadores. Na verdade os Palestinos comparados aos franceses de então, mais parecem aprendizes inexperientes e com pouca efectividade. Por isso os franceses compreendem e aprovam.

Só a falsidade e a maldade ou interesses escondidos podem escamotear a “verdade verdadeira” e inteira. Outros povos se encontram em situação idêntica e os malditos esclavagistas insistem em chamar-lhes terroristas. É um direito humano, mundialmente reconhecido por todas as organizações de Direitos Humanos e continua a ter o nome que se usou na Seg. Guerra Mundial: Resistentes.

Se a definição de terroristas aqui exemplificada for acertada por corresponder à definição de resistentes, dada pelos franceses, é um mérito sê-lo. A palavra, com sentido depreciativo, toma forma de elogio. Ser terrorista, neste contexto unicamente, é ser herói. É fazer parte dum grupo de heróis que por toda a terra lutam pelos direitos dos povos de acordo com a Carta das Nações Unidas, pelo seu reconhecimento e pelos Direitos Humanos. Os esclavagistas pretendem interpretar as palavras do preâmbulo da Carta das Nações Unidas, que cita a paz e a tolerância como obrigatoriedade dos escravizados em aceitar a paz dos opressores e em tolerá-los!

Especialmente de recordar, o primeiro acto oficial praticado por François Mitterrand – defunto presidente da república francesa, ex-resistente da força dirigida pelo General de Gaule – como presidente da França. Este acto foi o mais solene de todo o seu longo mandato, elevado ao mais alto grau, com participação de um número enorme de militares de todos os ramos, apresentação de todas as forças e maquinaria militar. Colaboraram todos os partidos sem distinção na longa cerimónia que durou um dia inteiro. Tratou-se de François Mitterrand, em nome da França, prestar a mais alta e solene homenagem a Jean Moulin e ao seu túmulo, no Panteão Nacional, monumento dos heróis nacionais. E afinal, quem foi Jean Moulin? Era filho dum professor de história e prefeito, tinha colaborado com os republicanos na guerra civil de Espanha e conseguiu reunir os vários grupos de resistentes. Um resistente (um terrorista) socialista, preso e torturado pela Gestapo por colocar e mandar colocar umas bombazitas por aqui e por ali, para matar alemães. Morreu em 18 de Julho de 1943 em consequência da tortura.

Um resistente-terrorista, um dos maiores heróis da França moderna, pelo menos o maior da Segunda Guerra Mundial, juntamente com o seu comandante, o General de Gaule. Haverá ainda quem creia ser possível os franceses não apoiarem actos de libertação após o domínio nazi? Pelo menos nestas décadas mais próximas não será provável: ainda está muito recente na sua memória colectiva.

As colonizações actuais, a subjugação de povos por outros povos e o roubo de territórios, justificam a defesa e a luta por meios duros quando todos os outros se esgotarem e o país dominador continuar a dominar os outros. Todas as organizações internacionais de Direitos Humanos defendem os direitos desses povos.


  • Afinal, quem são os terroristas? E quais têm sido as medidas tomadas em vista a resolver as causas?

  • Serão os bósnios ou os sérvios que os exterminaram após terem consumado outros métodos de opressão, inclusivamente o de lhes terem tirado os médios? (Ainda que sob outro aspecto, em Portugal não estamos longe de ficar sem médicos, como eles ficaram.)

  • Os Irlandeses, que levaram séculos a conseguirem uma independência apenas parcial?

  • Os Tibetanos, chacinados pelos chineses e com a sua cultura multi-milenar praticamente destruída?

  • Os Bascos, em que onde até o Franco mandou a Luftwafe treinar os seus bombardeamentos sobre as suas cidades?

  • Os Timorenses, que rejeitaram a imposição da lei indonésia à facada?

  • Os Palestinos, expulsos de suas casas para que os judeus construam colónias, emmurados, escravizados, levados à miséria, que usam pedras contra armas sofisticadas?

  • Os Curdos, a quem interesses mais fortes lhes dividiram e partilharam a nação por quatro países e que quando se querem unir são apodados de terroristas pelos cobardes que os escravizam?

  • Os resistentes-terroristas franceses, como o presidente François Mitterrand, o heroi Jean Moulin e o seu chefe principal, o General de Gaule, que se fartaram mandar pôr e pôr bombas, matando o máximo de alemães possível, serão todos terroristas, visto se encontrarem em iguais circunstâncias?



Serão todos terroristas ou estaremos a assistir a interesses sujos que nos pretendem “entochicar”? Interesses defendidos pelos interessados e encobertos por jornaleiros imundos. Como com todos os tipos propaganda, não devemos sequer olhar para os quadros que nos pintam nem ouvir as canções de embalar de assassinos. Devemos abrir os olhos e usar a nossa própria cabeça.

Se se quiser acabar com este terrorismo há uma solução evidente: restituir-lhes o que lhes pertence e que eles reclamam. Só que também é evidente que os verdadeiros malfeitores não querem uma solução justa por ganância; querem massacrar os povos que dominam pela força refugiando-se na teoria de burla que pretendem dialogar. Só que o dialogo não pode conduzir a qualquer conclusão desde que as condições primordiais, requeridas, necessárias e em falta não sejam satisfeitas. Não querem tornar-se civilizados e restituir aquilo que roubaram e a que não têm qualquer direito. Assim, jamais haverá paz. Os opressores não a querem.

Por justiça não ter sido feita, o nome «terrorista» tornou-se uma honra muito especial: o nome dado pelo reconhecimento mundial a todos aqueles que lutam pelas liberdades básicas, pelos Direitos Humanos, pelos direitos dos povos, tal como definidos pela Carta das Nações Unidas, os verdadeiros heróis por vocação, desconhecidos, merecedores de todas as honrarias.

É sob esta luz que deveremos analisar todos os casos do chamado terrorismo, se eles se enquadram ou não neste reconhecimento mundial das organizações dos direitos humanos e dos povos. É o que faremos, em breve, acerca daquilo a que em Espanha se chama o terrorismo Basco.

1 mentiras:

A. João Soares said...

Um bom tema, O terrorismo é a bomba atómica dos pobres. As causas conduzem à violência, por os poderosos não as quererem resolver e não estarem interessados em fazer cedências.
Mas apesar das causas serem justas, na maior parte dos casos, o que choca as pessoas e as afasta dos motivos da luta é a violência indiscriminada que atinge pessoas de todas as idades, sendo a maior parte inocentes. O terrorista quer lançar o pavor e, para isso, procura atingir o maior número possível de pessoas. Seria mais justo que os ataques se dirigissem aos responsáveis políticos. Mas esses estão bom defendidos, o que torna a acção difícil pelo que a força é dirigida para os funcionários e a população em geral.
Um abraço