Blog do Leão Pelado



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Colaboradores:

A. João Soares, Aruangua, J. Rodrigues, Sapiens, Mentiroso



Como Correr com as Máfias Oligárquicas e Sugadores do Nosso Dinheiro e Controlar Governo e Finanças

Não, não são sugestões nem possibilidades. Trata-se dum acontecimento real e recente, um assunto apenas tocado no seu início. O seu seguimento e os resultados foram logo abafados pelos pulhas da desinformação nacional e europeia para protecção dos que enriquecem à nossa custa e nos fazem a miséria. Para protecção dos impérios financeiros e dos partidos e políticos corruptos e inimputáveis pelas suas leis ilícitas.

[Clique no título do post para ler a continuação]



O caso é tão claro e está tão bem documentado, referindo ainda como os casos idênticos foram tratados noutros países que pretenderam fazer como Portugal (a ridícula honra nacional em que o povo paga os roubos do financeiros) que dispensa comentários. Foi publicado pela última vez em 15 de Agosto de 2011 pelo The South African Civil Society Information Service, cujo lema é bem claro:
A agência de notícias sem fins lucrativos para promover a justiça social. Busca de respostas para a pergunta:
Como é que vamos fazer a democracia funcionar para os pobres?
[Textual]


Eis o texto escrito pela jornalista Deena Stryker. Tradução caseira, sempre melhor que a do Google e não em brasilês.

Porque É Que a Islândia Deveria Estar nas Notícias, Mas Não Está?

Uma história num programa de rádio italiano sobre a revolução da Islândia em curso é um exemplo impressionante de como nossa média pouco nos diz sobre o resto do mundo. Os americanos devem lembrar-se de que no início da crise financeira de 2008, a Islândia faliu literalmente. As razões foram mencionadas apenas de passagem e desde então este membro pouco conhecido da União Europeia caiu no esquecimento.

Enquanto um país europeu falha após outro ou corre o risco, colocando em perigo o Euro, com repercussões para todo o mundo, a última coisa que os poderes estabelecidos querem é que a Islândia se torne num exemplo. Eis o porquê:

Cinco anos dum regime neoliberal puro fizeram da Islândia (população 320 mil, sem exército) um dos países mais ricos do mundo. Em 2003 todos os bancos do país foram privatizados, e num esforço para atrair investidores estrangeiros, ofereceram on-line banking cujos custos mínimos lhes permitia oferecer taxas de retorno relativamente altas.

As contas, chamados Icesave, atraíram muitos pequenos investidores ingleses e holandeses. Mas como o investimento cresceu, assim cresceu a dívida dos bancos estrangeiros. Em 2003 a dívida da Islândia foi igual a 200 vezes o PIB, mas em 2007 foi 900 por cento. A crise mundial financeira de 2008 foi o golpe de misericórdia. Os três principais bancos islandeses, Landbanki, Kapthing e Glitnir, caíram de barriga para o ar e foram nacionalizados, enquanto o Kroner perdeu 85% de seu valor em relação ao Euro. No final do ano a Islândia declarou falência.

Ao contrário do que se poderia esperar, a crise resultou nos islandeses recuperarem os seus direitos soberanos através de um processo de democracia participativa directa que eventualmente levou a uma nova Constituição, mas só depois de muita dor.

Geir Haarde, o primeiro-ministro de um governo de coligação social-democrata, negociou um empréstimo de dois milhões e cem mil dólares, ao qual os países nórdicos acrescentaram outros dois milhões e meio. Todavia, a comunidade financeira estrangeira pressionou a Islândia para impor medidas drásticas. O FMI e a União Europeia queriam assumir a sua dívida, alegando que este era o único caminho para o país para pagar à Holanda e à Grã-Bretanha que prometeram reembolsar os seus cidadãos.

Protestos e tumultos continuados, eventualmente forçaram o governo a demitir-se. As eleições foram antecipadas para Abril de 2009, resultando numa coligação de esquerda que condenou o sistema económico neoliberal, mas logo cedeu às suas exigências para a Islândia pagar um total de três milhões e meio de Euros. Isso exigia que cada cidadão islandês pagasse €100 por mês (ou cerca de US$130) por quinze anos, a juros de 5,5%, para pagar uma dívida contraída por particulares vis a vis outras partes privadas. Foi a palha que partiu as costas à rena.

O que aconteceu em seguida foi extraordinário. A crença de que os cidadãos tinham que pagar pelos erros de um monopólio financeiro, que uma nação inteira devia ser tributada para pagar as dívidas privadas foi quebrada, transformando a relação entre os cidadãos e suas instituições políticas e, eventualmente, conduzir os líderes da Islândia para o lado de seus eleitores. O Chefe de Estado, Olafur Ragnar Grimsson, recusou-se a ratificar a lei que teria feito os cidadãos da Islândia responsáveis por dívidas dos seus banqueiros e aceitou os pedidos para um referendo. [Faz lembrar o Cavaco, não faz?]

Claro que a comunidade internacional só aumentou a pressão sobre a Islândia. A Grã-Bretanha e Holanda ameaçaram de represálias terríveis que iriam isolar o país. Quando os islandeses passaram ao voto, os banqueiros estrangeiros ameaçaram bloquear qualquer ajuda do FMI. O governo britânico ameaçou congelar as poupanças islandesas e fechar-lhes as contas. Como Grímsson disse: "Fomos informados de que se recusássemos as condições da comunidade internacional tornar-nos-íamos a Cuba do Norte, mas se tivéssemos aceitado, tornar-nos-íamos tornado no Haiti do Norte." (Quantas vezes eu já escrevi que quando os cubanos vêem o péssimo estado de seu vizinho, Haiti, eles acham-se com sorte.)

No referendo de Março de 2010, 93% votaram contra o pagamento da dívida. O FMI congelou imediatamente o seu empréstimo, mas a revolução (embora não não transmitia pela TV nos Estados Unidos), não seria intimidada. Com o apoio de uma cidadania furiosa, o governo iniciou investigações civis e penais para os responsáveis pela crise financeira. [Cá elegeu-se e reelegeu-se o Cavaco!] A Interpol lançou um mandado internacional de prisão para o ex-presidente do Kaupthing, Sigurdur Einarsson, enquanto os outros banqueiros envolvidos no acidente fugiram do país.

Os islandeses não se ficaram por aqui: decidiram elaborar uma nova Constituição que iria libertar o país do poder exagerado das finanças internacionais e dinheiro virtual. (A corrente tinha sido escrita quando a Islândia ganhou sua independência da Dinamarca, em 1918, a única diferença da Constituição dinamarquesa sendo que a palavra "presidente" substituíra a palavra "rei".)

Para escrever a nova constituição, o povo da Islândia elegeu 25 cidadão de entre 522 adultos que não pertenciam a nenhum partido político, mas recomendado por pelo menos trinta cidadãos. Este documento não foi obra de um punhado de políticos, mas foi escrito na internet. As reuniões dos constituintes são transmitidas on-line e os cidadãos podem enviar seus comentários e sugestões, testemunhando como o documento toma forma. A Constituição que eventualmente emerge deste processo participativo e democrático será submetida ao parlamento para aprovação, após as próximas eleições.

Alguns leitores lembrar-se-ão de que o colapso da Islândia agrária no Séc. IX foi destacado num livro de Jared Diamond com o mesmo nome. Hoje, esse país está a recuperar de seu colapso financeiro de formas exactamente opostas àquelas geralmente consideradas inevitáveis, como foi confirmado ontem pelo novo chefe do FMI, Christine Lagarde a Fareed Zakaria. Ao povo da Grécia tem sido dito que a privatização de seu sector público é a única solução. Os povos da Itália, Espanha e Portugal estão a enfrentar a mesma ameaça.

Devem olhar para a Islândia. Recusando a curvar-se aos interesses estrangeiros, aquele pequeno país declarou alto e bom som que o povo é soberano.

Por isso que não aparece mais nas notícias.



Deena Stryker é uma escritora norte-americana de 78 anos, que viveu em seis países diferentes, é fluente em quatro idiomas e publicada em três. Ela vê a conjuntura geral do ponto de vista do sistema e espiritual.



Artigo original, aqui e aqui.

Também escreveu num outro artigo sobre a crise na Índia:
A voz suave do Roy é a primeira a que ouvi lamentar que outros países aspiram ao modelo norte-americano. (Não aconteceu apenas à Índia, mas à Islândia e à maior parte da Europa, e os seus povos conhecem a crise Euro decorre dessa atracção fatal.)

É uma jornalista digna desse nome, não como a escória dos sabujos pedantes que conhecemos.


Nada disto é novo. Só que, se se fez alguma alusão na altura, logo o caso e o seu seguimento foram abafados.

A ter em mente: uma constituição democrática não pode ser redigida por políticos. A assembleia legislativa deve ser eleita directamente pelo povo e composta apenas de indivíduos que não pertençam a nenhum partido político (muito menos militantes). Deve aceitar as sugestões dos cidadãos e sobre elas deliberar. A internet presta-se notavelmente para este processo, como os islandeses provaram.

Em Portugal planei-se uma nova constituição que, em lugar de ser democrática, vai dar mais poder às corjas, tendo apenas em atenção algumas reclamações gerais sobre enriquecimento ilícito para deitar areia aos olhos dum povo cobarde que eles já sabem tudo tudo aceitar. Uma perfeita ditadura oligárquica contra a qual se luta por todo o lado além-fronteira. Quando se tem espírito de escravo e se é politicamente imaturo, que outra coisa esperar?


Facto interessante.
DemocracyNow.org é um movimento democrinternacional existente em quase todo o mundo, mas inexistente em Portugal. Segundo se lê no site, em Espanha há 30 emissores.


Algumas conclusões óbvias se podem tirar imediatamente, facilmente compreensíveis, até pela mentalidade nacional, conhecido pelos outros europeus como a mais atrasada da União.

A crise nacional, provocada pelos políticos tal como na Islândia, é de origem diferente, há tantos anos se esperava e tem sido aqui mencionado, já muito antes do Sócrates, donde só um impostor vigarista afirma ou um burro acredita que foi ele a única causa ou mesmo a principal. O pai da crise é o Cavaco, que foi quem destruiu todas as fontes de riqueza nacionais, pelo que a crise teria que levar anos até ser irreversível. Isto não desculpa, porém, nenhum dos governos seguintes por nada terem feito para a atenuar.

A crise não vai acabar no fim de 2012, como o cadastrado do primeiro-ministro sugere, nem nos anos mais próximos. Como se compreende pelo artigo acima e como o povo a aceita, vai durar décadas de miséria. De novo, só um impostor vigarista afirma ou um estúpido acredita. Não faltam, como se vê.

Portugal não é nem nunca foi uma democracia, nem o povo tem cultura suficiente e civismo necessário para saber viver em democracia, dominar as oligarquias mafiosas, obrigando os políticos à obediência e justiça ao cumprimento do seu dever com a humildade que lhe é devida.

Portanto, calem-se os alucinados que não param de se queixar sem nada fazerem para emendar o que está mal. Deixem de incriminar um único fantoche quando a culpa é de todos eles. Continuem a votar num partido ou noutro, que as consequências são todas iguais, se querem realmente eternizar a desgraça em que vivem e adoram. A maldição sobre a cabeça dos portugueses durará tanto quanto a sua estupidez em entender as causas e dure o orgulho em serem atrasados que chamam auto-estima e venerarem heróis e valores rascas. As maiores manifestações desta profunda estupidez são a falta de associação cívica (alguns países chegam a ter representantes dessas associações nos seus parlamentos!), a imaturidade mental e política, a ignorância em que a jornaleirada os colocou, incutindo-lhes o mais absurdo orgulho a que alcunham de auto-estima para os cegarem e os impedirem de ver mais longe e corrigirem os seus erros. A aceitação de fazerem maiores sacrifícios do que os mais ricos, políticos, governantes, deputados e outros privilegiados, adicionada à aceitação de que os partidários tomem lugares da administração de assalto em lugar de serem dados ao povo desempregado por concurso e preferirem emigrar, mais que comprovam e justificam como são classificados neste parágrafo.

Independentemente de se aceitar o pagamento das dívidas dos especuladores ou não, só há um caminho para a democracia e evitar abusos e roubos: pôr um cabresto em políticos e governantes e obriga-los a prestarem contas das suas decisões, antes de as tomarem e não após, o que apenas resultaria em emendas.

Despertem ou aguentem calados.

2 mentiras:

menvp said...

Os políticos não são - nem podem ser - 'paizinhos'!!!
Há que exigir, isso sim, é UM MAIOR CONTROLO sobre a actividade política!
Votar em políticos não é passar um 'cheque em branco'!!!
O Presidente da República pode vetar uma lei... sem querer derrubar o governo!!!
Os contribuintes devem poder vetar uma despesa com a qual não concordam... sem querer derrubar o governo!!!
Democracia verdadeira, já!
Leia-se: DIREITO AO VETO de quem paga (vulgo contribuinte):
- blog fim-da-cidadania-infantil.
{um ex: a nacionalização do negócio 'madoffiano' BPN nunca se realizaria: seria vetada pelo contribuinte!}

Mentiroso said...

Pois é, isso sabem só alguns, porque a quase totalidade é tão politicamente imatura e está mergulhada numa completa ignorância alimentada por noticiários de mais de uma hora em que só vinte minutos são notícias, mesmo assim filtradas segundo a mente doentia da jornaleiragem imunda. Tão profundamente que estão convencidos que esta fantochada é que é democracia. Outros falam contra um partido ou outro, como se mudando de partido no governo mudasse para mais democrático. Outros pensam que fazem bem em defender os seus partidos. Outros falam, mas são cobardes.