Blog do Leão Pelado



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Colaboradores:

A. João Soares, Aruangua, J. Rodrigues, Sapiens, Mentiroso



O Procedimento da Polícia
Parte I

O Blog enviou ultimamente uma mensagem as suas relações da Internet sobre o procedimento da polícia e as suas verdadeiras causas. A maioria das pessoas culpa a polícia e a Guarda Nacional Republicana pelo seu comportamento. Agressões pessoais, espancamentos, brutalidade, falta de civismo, abuso de autoridade, caça à multa, etc. mas esquece-se sempre de mencionar o que provoca estes acontecimentos lamentáveis. Tanto os políticos como os coniventes jornaleiros o ocultam com esmero.

Com efeito, qualquer polícia de qualquer país, seja o mais avançado ou atrasado como em Portugal, actua sob pressão. Isto é lógico, normal e óbvio. O que não é lógico nem normal é que aqueles que formam a polícia – aqueles a que pseudo modernistas iletrados chamam elementos, como se de um elemento químico se tratasse – não tenham a preparação adequada para lidarem com os seus próprios instintos. Ninguém nasce ensinado e os agentes de segurança devem ser ensinados, treinados e preparados de várias formas para o exercício competente das suas funções. Tanto física como mentalmente (psicológica e civicamente); adequado uso das armas, modo de actuar, etc.

Muito se fala na falta de meios, sempre mencionando os logísticos, deixando de lado os principais, os do fim do parágrafo anterior. Menosprezando a causa principal por completo, raramente se recordam as condições de vida dos “elementos”, as depressões psíquicas, a tensão criada nos seus lares ou na sua solidão. A gravidade e o número destes casos são extraordinariamente altos segundo as poucas averiguações levadas a efeito.

A grande maioria vive na pobreza e na miséria enquanto a máfia política esbanja, recheia a sua conta bancária e aumenta o seu património roubando o estado ou em negociatas pós-eleitorais com construtores e outros. Esta situação financeira obriga-os a cair na ilegalidade para suprirem as suas necessidades, como a descida ao mundo da corrupção, do roubo e do tráfico de estupefacientes, do crime. Não são humanos como toda a gente? Se sim conhece-se bem que os países com as populações mais miseráveis são aqueles que têm mais criminosos. A cantiga dos neocons de pôr mais polícia na rua para evitar esse crime já está gasta e podre. Todavia, continua a impressionar incautos e outros de imaturidade política. Não estamos nos EUA.

O que aconteceu com a polícia foi o mesmo que tem acontecido com tudo neste país que se tornou miserável. A polícia não é corrupta, foi corrompida pela máfia política, reduzida ao mais miserável estado selvagem. A destruição desta instituição acompanhou a destruição das outras em paralelo. Se ela tivesse escapado seria de pasmar.

A mensagem citada no início deste artigo, referindo-se ao estado lamentável em que a polícia se encontra, continha um artigo da jornalista Sónia Graça, do Sol, anexado, e tinha o texto que se segue,.


O Procedimento da Polícia

Como procede uma polícia incapaz, por falta de formação para actuar eficientemente e simultaneamente se comportar de acordo com os mais elementares princípios democráticos mundialmente reconhecidos?

A resposta é mais simples que o que se poderia prever: A polícia actua da maneira que todos nós bem conhecemos e ainda como consta nos relatórios da Amnistia Internacional e da Human Rights Watch.

Detalhando um pouco, são espancamentos nas esquadras e nas ruas, tortura, decapitação de um interrogado, etc. Andam aos tiros pelas ruas como num western de tresloucados. Comportam-se como que com problemas mentais e sabemos que muitos, infelizmente, os têm mesmo. Como não têm capacidade de investigação, tentam arrancar confissões à cacetada. E ainda infringindo todos os regulamentos, como estacionando (estacionar não é parar) conscientemente sobre locais bem assinalados de proibição para até parar e mesmo sobre passagens de peões, o que é considerado crime em países civilizados. Param as ambulâncias por tempo suficiente para o socorrido morrer (mais de vinte minutos, na semana passada), perseguições desautorizadas em veículos não identificados, etc., etc.

Presentemente, circula nos EUA a informação de que a acusação do casal McCann se baseia sobre um ADN que poderia ser proveniente de qualquer pessoa da família e não exactamente da filha. Acusam a polícia Judiciária de querer arranjar um bode expiatório a fim de reabilitar da desconsideração geral internacional por incompetência, não apenas do ponto de vista do RU.

Mas o que é que se passa com a polícia? Nunca esquecer que este estado, tal como a quase totalidade dos males e dos problemas se deve unicamente à contínua falta de preparação geral e especial dos agentes, os quais, em consequência, se devem considerar como inocentes objectos de execução das graves faltas que praticam originadas na corrupção política. São estes últimos os verdadeiros responsáveis, tanto pelas pequenas e ridículas asneirolas como dos assassínios, cometidos por todos os agentes de polícia.

No artigo do ficheiro em anexo, da autoria da jornalista do Sol, Sofia Graça, dão-se exemplos da actuação da polícia condenados por tribunais. Conhece-se também como actuar em caso de se ser vítima dum caso idêntico.

Este artigo é enviado por se considerar de grande interesse para todos e em especial para qualquer pessoa que conduza um veículo.

Em todas as irregularidades cometidas por agentes da polícia devem identificar-se o/s agente/s, participar o acontecimento ao comando nacional e apresentar queixa judicial. Devido às prevaricações serem tão comuns e frequentes, de algum modo recairão nos chefes responsáveis. Se se estiver à espera que seja o vizinho ou o próximo a fazê-lo a situação não mudará e não teremos qualquer razão em nos queixarmos: dormimos na cama que fazemos.

Nota: Esta comunicação não anuncia nenhum artigo ou post num blog, não é uma auto-publicidade e apenas refere uma publicação num jornal, links para relatórios oficiais da AI e da HRW e um texto antigo mas actual, todos bem descritivos da situação que se vive com a polícia e porquê.


Links para os relatórios oficiais:

Da Amnistia Internacional ...... 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9.
Da Human Rights Watch ....... 1, 2, 3.

(Fim do e-mail)

[Este artigo termina em breve, de forma singular, na Parte II]

3 mentiras:

Anonymous said...

Depois de ler a segunda parte deste post - o triste relato da ignorância - concordo em absoluto com o princípio de que os agentes da polícia devem ter uma completa formação profissional para poder exercer a sua missão. Excepto nalguns países africanos de má-memória, e noutros ainda porventura, se entrega uma arma a uma criança e se diz: vai lá matar...
Sei que exagero, mas vivemos no terceiro milénio e na Europa, que diabo! Ou, afinal, estou enganado?...
Um abraço

Mentiroso said...

Caro Savonarola,
Com efeito, a reala~idade do dia a dia demonstra que estamos na Europa, mas apenas geograficamente. Nalguns países africanos aconteceu efectivamente como contas, em que "se entrega uma arma a uma criança e se diz: vai lá matar..." Em circunstâncias muito diferentes e especiais também quase aconteceu no final da Alemanha hitleriana. Se as crianças alemãs eram treinadas, em Portugal é pior porque nem o são. Infelizmente, a comparação entre o caso africano e o português é demasiado realista para se considerar exagerado. Deviam tirar as armas à polícia até que lhes fosse ensinado como se comportar; tanto com elas como sem elas. Mais uma vez, a culpa não deles, também vítimas.

Anonymous said...

Eu faço parte dos 'incautos e politicamente imaturos' porque defendo que é necessária mais polícia na rua. A presença dos agentes é dissuasora e eu gostaria de poder sair de casa, a qualquer hora, dia ou noite, e não ter - cada vez mais - receio de o fazer.

Também defendo 'melhor' polícia, com mais formação, sem recurso à brutalidade nos interrogatórios, e que respeite os direitos humanos.

Por último, porque o artigo em questão é vasto e não vou nem quero entrar no ponto fulcral de 'bater nos políticos', porque haverá milhentas pessoas com mais capacidade para o fazer, quero apenas referir algo do comentário supra que se não fosse trágico seria cómico, i.e. "tirar as armas à polícia".
Com os bandidos cada vez mais equipados com artilharia pesada e sofisticada, seria 'girissimo'.
Digo eu!

Haja paciência.