Blog do Leão Pelado



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Portugal Não É a Grécia?

As opiniões não divergem muito, mas apenas geograficamente. Enquanto em Portugal a maioria dos economistas fazem o jogo das maiores oligarquias políticas e dizem que não, de fora vêm-nos outras ideias em contrário. Estas são mais prementes e baseadas em factos e justificações reais.

[Clique no título do post para ler a continuação]



A propaganda da coelheira governamental cobre todos os azimutes. No congresso do partido, tal como nos anteriores das máfias oligárquicas e não só os dele, assistimos a uma explosão de discursos e coscuvilhices inúteis com que a jornaleiragem enche os noticiários televisivos. Como se essa porcaria de banha da cobra e o mais nojento marketing de ladrões em que o vigarista cadastrado e acólitos se servem para propaganda da canalha tivesse o mínimo interesse para a nação. Neste congresso, viu-se como o Coelho Criminoso passou mais tempo em propaganda da sua coelheira governamental do que propriamente do objecto do congresso. Pelo menos, como de costume, a jornaleiragem impingiu-nos toda a trampa que lhes saiu da comua a esse propósito.

Mais banha da cobra vem sempre da jornaleirada bruta, que como de costume em qualquer congresso repete que as principais figuras do partido elogiaram o discurso do padrinho da máfia oligárquica. alguém esperaria outra coisa? Só pode ser a ajuda do conluio.

Estas menções destinam-se a lembrar como nos desinformam do que interessa ao país, como esta máfia continua a propagandear que Portugal não é como a Grécia e que os sacrifícios, estúpida e maldosamente impostos, nos farão sair da crise. Talvez, daqui a 30 anos. 99% do que nos impingem sobre este assunto são mentiras comprovadas face aos factos. Os pobres diabos dos portugueses acreditam porque são parvos e desinformados para se manterem parvos.

Querem fazer-nos aceitar a desgraça e a miséria que nos impõem enquanto eles mesmos – os verdadeiros autores da crise nacional – se arrogam o direito de nada sofrerem. Sem que eles e os incapazes e arrogantes fidalgos da justiça podre dêem o exemplo não devemos segui-lo nós. Pode ser-se mais justo e claro?

É mais que evidente que uma das razões por que nos mentem e dizem que tudo em breve irá bem é por terem medo duma revolta e de serem corridos e mandados à mãe. As instruções dadas recentemente a uma polícia inapta por falta de treino e de ensino adequados, para espancar os participantes, é uma prova real.

Como tudo nos encobrem, só lendo a imprensa especializada internacional compreendemos como nos mentem nas suas contradições com a triste realidade e onde o país vai parar pelas políticas adoptadas pela coelheira governamental, que incluem uma imposição da miséria a que chamam austeridade. As consequências são o que mais se empenham em esconder. A pequeníssima baixa recente dos juros dos títulos da dívida nacional – que tanto nos pespegam – é apenas uma flutuante do mercado, tal como já aconteceu no ano passado, não tem o mínimo valor, nem significado, nem continuidade garantida.

A guardar em mente. Ao ler qualquer artigo sobre as finanças ou a economia de qualquer país, note-se a importância intrínseca do produto interno bruto (PIB). Foi isso que o Cavaco destruiu em Portugal.

O que se segue é a tradução dum artigo publicado no Bloomberg Businessweek sobre a Europa e em que Portugal é citado múltiplas vezes. Vale a pena lê-lo para se conhecer o que as máfias nacionais nos encobrem com profunda malícia.


Economistas: Europa encravada em empréstimos de carrossel

Por Shawn Pogatchnik

DUBLIN

Durante o aprofundamento da crise da dívida, os líderes da União Europeia procuraram retratar a Grécia como um caso único na necessidade de ajuda especial. Estavam errados quando a Irlanda e Portugal requereram empréstimos para ajuda de salvamento em 2011.

São susceptíveis de se provar estarem de novo errados. E desta vez as consequências são mais elevadas para o resto do mundo.

Os economistas estão confiantes de que Portugal vai seguir a Grécia e pedir um segundo empréstimo, e muitos esperam que a Irlanda venha a fazer o mesmo. Concordam em que se ambos os países precisarem de mais fundos em 2013, a Europa pode confortavelmente subscrever as suas necessidades de caixa.

O risco muito maior para o sistema financeiro da Europa seria se a Espanha ou a Itália – com as suas economias e cargas de dívida muito maiores – fossem forçadas a pedir uma ajuda. A própria sobrevivência do euro, a moeda comum por 17 países conhecidos como a zona do euro, estaria em jogo.

Espanha e Itália sofrem de muitos dos mesmos tipos de problemas que inspiraram os credores a fugir da Grécia, de Portugal e da Irlanda.

O nível da dívida pública da Itália não é muito melhor do que o da Grécia e pior do que o de Portugal. A Espanha, como a Irlanda, enfrenta uma onda crescente de tinta vermelha em negócios e débito doméstico amarrada a colapsos espectaculares dos preços de imobiliário desde 2008 – e poderia encontrar essas perdas privadas incapacitantes transformadas em dívida pública.

No auge da crise da dívida no inverno passado, os custos dos empréstimos para a Itália e a Espanha nos mercados obrigacionistas tiveram altas que teriam sido insustentáveis sem a ajuda.

Os novos governos em Roma e Madrid, com uma orientação de austeridade em mente, têm ajudado a acalmar os medos, mas de significado muito maior foi a decisão do Banco Central Europeu para fornecer aos bancos mais de € 1 trilião ($ 1,3 trilião) em empréstimos de pechincha. Esta injecção sem precedentes estimulou os bancos a fim de comprar dívida pública em maus lençóis, elevando o valor dos títulos e conduzindo os valores dos empréstimos espanhóis e italianos a uma nova baixa.

Os economistas avisam que tal alívio é apenas temporário. As economias mais fracas da zona do euro devem convencer os investidores de que podem pagar as suas dívidas sem ajuda especial.

No entanto, as economias de Espanha, Itália, Portugal e Grécia estão previstas para encolher neste ano, enquanto a Irlanda por si só pode atingir um pequeno ganho. Todos são esperados para cortar gastos e aumentar impostos – sugando dinheiro das suas economias já esvaídas.

"Portugal é a próxima grande prova de fogo para a zona do euro", disse Constantin Gurdgiev, um economista que ensina finanças no Trinity College de Dublin. "Sabemos que não pode evitar uma segunda ajuda e Portugal oferece uma antevisão do que vai acontecer em Espanha."

Para manter a confiança dos investidores no euro, os economistas dizem que a Europa deve construir uma "firewall" financeira superior a € 1 trilião, uma figura suficientemente grande para fornecer ajuda credível para o caso de Espanha e Itália estarem com preços fora dos mercados de títulos.

O futuro fundo europeu de ajuda-salvação deverá entrar em vigor em Julho, o Mecanismo Europeu de Estabilidade, que como imaginado mal ultrapassa € 500 biliões – dos quais cerca de € 200 biliões já estão reservados para uso nas acuais ajudas grega, irlandesa e portuguesa. Grande parte do que resta poderia ser engolido por uma segunda ajuda a Portugal e à Irlanda e um adição para a Grécia.

Os ministros das finanças europeus reúnem-se na próxima semana em Copenhague para discutir planos para aumentar a”firewall” em mais € 240 biliões, um movimento a que a Alemanha está querer resistir. Mas mesmo uma “firewall” clamando uma figura de € 740 biliões parece muito pequena para tranquilizar os mercados sobre Espanha e Itália, cuja dívida pública se encontra num combinado €2,6 triliões ($ 3,4 triliões).

"Se tivéssemos um pára-raios de salvamento sobre toda a zona do euro para a Itália e Espanha, que não é claramente o caso presente, reduziria os riscos envolvidos", disse Ulrike Rondorf, economista do Commerzbank em Frankfurt.

Abaixo está uma vista sobre os outros países europeus – para além da Grécia – que os economistas observam de perto para sinais de perigo.


ESPANHA: O pesadelo da dívida privada

Ao contrário das outras economias problemáticas da zona do euro, que têm altas dívidas governamentais, o problema fundamental da Espanha é o da dívida à espreita nos livros de seus bancos, empresas e famílias.

A origem dos problemas da Espanha pode ser atribuída a criação do euro há mais de uma década. A nova moeda veio com juros baixos para toda a zona do euro. Os bancos espanhóis e famílias jogaram em empréstimos baratos que alimentaram um cogumelo imobiliário que veio a dominar a economia.

A crise de crédito global de 2008 fez estourar a bolha da propriedade em Espanha, deixando centenas de milhares de trabalhadores de baixa qualificação da construção na fila do desemprego.

Hoje, o desemprego em Espanha representa uns galopantes 22,9% da força de trabalho, de longe o mais elevado da zona euro. O Fundo Monetário Internacional estima que o produto económico da Espanha em 2012, medido no produto interno bruto, vai contrair-se em 1,7%, o que significa ainda menos impostos e menos empregos. As previsões de desemprego para a Espanha estão em cerca de 24,3% para este ano.

No entanto, a UE espera que a Espanha corte o seu deficit anual, que no ano passado atingiu 8,5% do PIB, para o limite da UE de 3% em 2013. Isto significa mais dois anos de aumentos de impostos e cortes de gastos que, por sua vez, irá deprimir ainda mais o PIB.

"Há um risco real de que a economia espanhola se vá afundar numa espiral descendente e precisa de um salvamento", disse Simon Tilford, economista-chefe do Centro para Reforma Europeia do "think tank" com sede em Londres.

"A menos que a estratégia da UE mude radicalmente e permita à Espanha de conter a medida de austeridade, tudo o que vamos fazer é abastecer a tensão social e destruir o potencial de crescimento da Espanha", disse Tilford.

Sentindo o perigo, o novo governo conservador do primeiro-ministro Mariano Roy este mês disse categoricamente que a UE não ele poderia reduzir o seu défice de 2012 para 4,4% como anteriormente prometido. Estabeleceu uma nova meta de 5,8%.

Por agora, os custos dos empréstimos a Espanha estão sob controlo e a ameaça duma falta está em retrocesso. Os seus € 700 biliões em dívidas do governo representam menos de 70% do PIB.

Mas a exposição da dívida dos bancos espanhóis excede os € 2,4 triliões, representando outros 230% do PIB. Estes bancos estão a enfrentar deduções massivas pelas falhas das construtoras e proprietários de casas. Isto gera preocupações porque – como testemunhado quando o governo da Irlanda teve que nacionalizar cinco bancos para evitar seu colapso – a dívida privada pode acabar como um bem público e superar a capacidade do Estado para se financiar.


ITÁLIA: Terra da dívida terminal

O nível de dívida do governo da Itália há muito tempo parecia desafiar a gravidade económica. Em 2010, Portugal e Irlanda enfrentam uma pressão enorme para pedirem ajuda quando as suas dívidas nacionais se aproximaram de 100% do PIB. A Itália, mesmo nos bons tempos, tem sido livre para se financiar a um nível muito maior do que isso.

A dívida da Itália, actualmente nuns vertiginosos 120% do PIB –apenas ultrapassada pela Grécia – está prevista de continuar a subir. Os economistas concordam que algo tem que ceder.

O tratado fiscal da União Europeia, a tornar-se lei no próximo ano, obriga os países a reduzir as suas dívidas gradualmente para abaixo de 60% do PIB, uma meta também incluída nos acordos anteriores da UE. No caso da Itália, isso significaria pagar cerca de metade a sua dívida actual de € 1,9 triliões ($ 2,5 triliões), ou de € 16.000 por homem, mulher e criança no país.

O governo de 4 meses do primeiro-ministro Mario Monti comprometeu-se em aumentar impostos, cortar gastos, combater a evasão fiscal e promover a concorrência em muitas profissões, de taxistas a farmacêuticos.

Tal austeridade vai aumentar a pressão sobre a economia da Itália, prevista para se contrair em 1,5% este ano e aumentar a sua taxa de desemprego de 8,9%.

Em comparação com a Espanha, os italianos foram os mais cautelosos em empréstimos e os que mais pouparam ao longo da última década. Ainda assim, as suas dívidas privadas excedem os € 2 triliões ou 130% do PIB.

Apesar das suas diferenças, Espanha e Itália são colocados no mesmo cesto de risco por investidores de títulos. Isto significa que uma crise de credibilidade para um pode significar socorro para ambos.

Rondorf, do Commerzbank, disse que isto poderia ser injusto para a Itália, tendo em conta a sustentabilidade do seu sector bancário, mas a enorme dívida do país e o fraco crescimento merecem cautela.

Ela disse que a solução estava na zona do euro, principalmente na Alemanha, para financiar uma "firewall" de Mecanismo Europeu de Estabilidade suficientemente grande para convencer os credores de que nem a Espanha nem a Itália representam um risco plausível de incumprimento. Caso contrário, disse ela, ambos os países poderão conhecer uma segunda volta da agressiva venda das suas obrigações do ano passado, elevando os seus custos de financiamento a níveis insustentavelmente altos.

"Se se observar cada ponto de viragem na crise da zona do euro, as acções italianas e espanholas movem-se sempre juntas. Não posso imaginar um cenário em que a Espanha precise de ajuda para financiar os seus deficits e a Itália não. Estão coladas na dinâmica do mercado" Rondorf disse.


PORTUGAL: A acelerar em sentido inverso

Embora muitos analistas já tenham riscado a Grécia, vêem Portugal como a próxima grande luta que os defensores da zona do euro devem ganhar para parar o pânico dos investidores de se espalhar para a Espanha e Itália.

"A economia grega é o equivalente da África Subsaariana", disse Gurdgiev do Trinity College. "É grosseiramente subdesenvolvida, nunca teve uma época industrial e sua agricultura é muito ineficiente. Está verdadeiramente na periferia.

"Mas Portugal está profundamente ligado à economia da zona euro através de Espanha e da França. Isto importa", disse ele.

O desemprego português é mais de 14%. O Banco de Portugal estima que o PIB do país caiu 1,6% no ano passado e que vai cair 3,1% ainda este ano.

Portugal e a sua dívida nacional de mais de € 160 biliões foram socorridos em Maio de 2011 pela União Europeia e pelo Fundo Monetário Internacional com uma linha de crédito de três anos de € 78 biliões ($ 103 biliões). O governo de Portugal insiste em que vai tranquilizar os investidores o suficiente para retomar os empréstimos de títulos a médio prazo nos mercados no próximo ano.

Os termos da ajuda obrigam Portugal a cortes profundos de austeridade, corte de deficits governamentais de 9,8% em 2010 para 3% em 2013. A relação dívida-PIB nesse ano está prevista para baixar pelo menos para os 106%.

Como em Espanha, a figura da dívida privada de Portugal – 248% do PIB – sugere um país de cartões de crédito percutido e hipotecas esmagadoras que ainda pode alimentar a sua própria crise bancária.

Poucos analistas acreditam que o impulso de austeridade em Portugal não vá fazer outra coisa senão exacerbar a recessão. Argumentam que Portugal deveria procurar renegociar as metas de austeridade da sua próxima ajuda imediatamente e admitir que, se não lhe é dado mais espaço para respirar, um socorro em 2013 é inevitável.

Gurdgiev disse que Portugal deveria atingir cerca de 4% de crescimento para evitar uma segunda ajuda, mas que, com os requisitos nos actuais cortes do deficit, seria extremamente afortunado por chegar a 1% de crescimento em 2013.

"Mesmo em 1 por cento de crescimento, Portugal ainda
está morto", disse ele.


IRLANDA: Excepção à regra?

Isto deixa a Irlanda como o estudo da UE caso de como fazer crescer uma economia nas profundezas da austeridade.

A Irlanda foi o primeiro país da UE para enfrentar uma crise da dívida quando em 2008 os credores perceberam o quão expostos os seus seis bancos nacionais estavam a um mercado imobiliário superaquecido ainda mais do que em Espanha.

Como a crise de crédito nos EUA se tornou global, o governo irlandês jogou uma grande cartada com a promessa de garantir o reembolso dos credores estrangeiros dos seus bancos em caso de incumprimento. A promessa não conseguiu tranquilizar os investidores e em 2010 cinco dos seis bancos do país foram efectivamente nacionalizados a um custo que destruiu a classificação da Irlanda de crédito próprio. O deficit da Irlanda saltou nesse ano para um recorde da UE de 32% do PIB e o país foi forçado a negociar uma ajuda de € 67,5 biliões ($ 90 biliões).

O mercado imobiliário que rugiu por mais de uma década deixou propriedades fantasmas da ruinoso meio-desenvolvido, a maioria das quais são agora "activos" pertencentes ao estado.

Mesmo que a Irlanda já tenha transferido os maiores empréstimos tóxicos dos bancos para os livros do governo, o país ainda sofre, de longe, a pior taxa da dívida privada na Europa: € 500 biliões ($ 650 biliões), ou 340% do PIB, num país de apenas 4,5 milhões de habitantes.

Apesar dos cinco orçamentos de austeridade desde o final de 2008, a Irlanda ainda espera impor pelo menos mais quatro. Usou os fundos da ajuda para recapitalizar o sector bancário, mas os bancos permanecem relutantes em emprestar a uma economia onde o desemprego continua teimosamente acima dos 14%.

A relutância dos bancos é colorida pelo seu temor de que a Irlanda enfrente uma nova onda de incumprimento de empréstimos à habitação. O Bank of Ireland – a única instituição a evitar a nacionalização – diz que 55% das propriedades nos seus livros de hipotecas valem menos do que o que os clientes ainda devem, e nacionalmente cerca de 10% dos titulares das hipotecas estão em atraso nos seus pagamentos. Ambas as tendências estão previstas para piorar este ano.

No entanto, os irlandeses ganharam aplausos da UE por cortarem gastos mais rápida e mais duramente do que quaisquer outros na zona do euro. O PIB da Irlanda cresceu 0,7% em 2011 e deverá crescer 0,5 por cento este ano. Todavia, os dados mais recentes da Irlanda, mostrando uma queda no PIB para o segundo semestre de 2011, significam que está realmente de volta à recessão para o quarto ano consecutivo.

Em 2011 o país reduziu o seu défice orçamental para 10% do PIB e espera atingir a meta da UE-FMI de 3% em 2016.

A recuperação da Irlanda, fraca como é, pouco tem a ver com a adesão ao euro. A Irlanda é o membro da zona euro mais dependente do comércio com a Grã-Bretanha e os Estados Unidos. Os irlandeses podem estar ligados à Europa por meio de sua moeda, mas o seu ciclo económico é anglo-americano.

As 600 multinacionais dos EUA que escolheram a Irlanda já geram mais de 12 por cento do PIB irlandês.

"A economia aberta da Irlanda tem uma vantagem real com a sua forte exposição norte-americana, culturalmente e financeiramente. Mas também é verdade que quando a América espirra, a Irlanda é o primeiro a constipar-se", disse Gurdgiev.

No entanto, as grandes proclamações da Irlanda sobre o seu PIB pintam uma imagem enganadora. Incomumente, as empresas estrangeiras que operam na Irlanda estão autorizados a transferir os seus lucros para os seus países sem penalidade.

Os economistas que procuram uma imagem mais relevante da saúde económica da Irlanda desconsideram o PIB – que inclui o dinheiro expatriado das multinacionais – e usam um critério diferente: produto nacional bruto. O PIB irlandês continuou descendo em 2011 e a previsão é de cair ainda mais este ano, em linha com a emigração, encerramentos de pequenas empresas e um mercado imobiliário que ainda está à procura do fundo.

"A Irlanda não é uma história de sucesso para a austeridade. Os seus números subjacentes são terríveis", disse Tilford. "Se qualquer país pode desenterrar-se, será a Irlanda, mas a que custo?"



Merece a pena recapitularem-se as seguintes frases que mostram o arrojo ultrajante como mentem, a má orientação da coelheira, a falsidade desses burlões quanto ao futuro próximo (e até mesmo mais distante) e para onde está a conduzir o país. Deviam estar bem calados como toupeiras, sabendo como o Cavaco nos atirou para esta cloaca, acabando com todas as fontes de rendimento do país. Mesmo que nenhum governo que se lhe seguiu tenha feito algo para o inverter, é esta a realidade.


  • Os economistas estão confiantes de que Portugal vai seguir a Grécia e pedir um segundo empréstimo.

  • As economias de Espanha, Itália, Portugal e Grécia estão previstas para encolher neste ano

  • Portugal é a próxima grande prova de fogo para a zona do euro. Sabemos que não pode evitar uma segunda ajuda.

  • Cerca de € 200 biliões já estão reservados para uso nas acuais ajudas grega, irlandesa e portuguesa.

  • A UE espera que a Espanha corte o seu deficit anual, que no ano passado atingiu 8,5% do PIB, para o limite da UE de 3% em 2013. Isto significa mais dois anos de aumentos de impostos e cortes de gastos que, por sua vez, irá deprimir ainda mais o PIB.

  • A menos que a estratégia da UE mude radicalmente e permita à Espanha de conter a medida de austeridade, tudo o que vamos fazer é abastecer a tensão social e destruir o potencial de crescimento da Espanha. Sentindo o perigo, o novo governo conservador do primeiro-ministro Mariano Roy este mês disse categoricamente que a UE não ele poderia reduzir o seu défice de 2012 para 4,4% como anteriormente prometido. Estabeleceu uma nova meta de 5,8%.

  • Austeridade vai aumentar a pressão sobre a economia da Itália, prevista para se contrair em 1,5% este ano e aumentar a sua taxa de desemprego de 8,9%.

  • Portugal: A acelerar em sentido inverso

  • Embora muitos analistas já tenham riscado a Grécia, vêem Portugal como a próxima grande luta que os defensores da zona do euro devem ganhar para parar o pânico dos investidores de se espalhar para a Espanha e Itália.

  • O desemprego português é mais de 14%. O Banco de Portugal estima que o PIB do país caiu 1,6% no ano passado e que vai cair 3,1% ainda este ano.

  • Poucos analistas acreditam que o impulso de austeridade em Portugal vá fazer outra coisa senão exacerbar a recessão.

  • Portugal deveria procurar renegociar as metas de austeridade da sua próxima ajuda imediatamente e admitir que, se não lhe é dado mais espaço para respirar, um socorro em 2013 é inevitável.

  • Portugal deveria atingir cerca de 4% de crescimento para evitar uma segunda ajuda, mas que, com os requisitos nos actuais cortes do deficit, seria extremamente afortunado por chegar a 1% de crescimento em 2013. Mesmo em 1 por cento de crescimento, Portugal ainda está morto".


Evidentemente, há outros caminhos para evitar a recessão e progredir, mas em Portugal é como se fosse proibido falar neles. Todavia, os prementes alertas e as fortes críticas que se lêem – de autênticos economistas e não palhaços vendidos a partidos políticos portugueses – condenam e demolem as linhas seguida pelo governo da coelhada. O exemplo aqui traduzido é apenas um entre tantos. Basta procurar, que não faltam. Contudo, o Criminoso do Coelho continua a dizer que faz aquilo que é preciso e de fustigar os mais pobres como nunca, isentando os que mais têm. Antes de formar governo, ele preveniu do que ia fazer, embora atirasse contradições acima dos eleitores para os desnortear. Foi aqui narrado e cumpre-se como esperado.

A Alemanha tem tanto dinheiro em excesso quanto os outros países têm de menos. É dela, mas temos de nos recordar que recebeu montanhas aquando da sua unificação, para importar a pobreza da sua parte sob a Rússia comunista, ao esta se lhe ter juntado. Foi isto, a sua junção à Europa, para onde exporta e a ajuda a manter a moeda a baixa cotação que a enriqueceram. Não podemos exigir que entregue o que ganhou aos outros países, mas a honestidade manda que o faça parcialmente.

A culpa também é da UE, que não prestou a devida atenção ao que se estava a passar nos países que a compõem, como devia e se esperava. Lembra-se ainda que tanto o então director do OLAF, Franz-Hermann Brüner(foi duramente criticado pelos seus maus serviços e faleceu a 9-1-2010), como o comissário europeu da economia e anti-fraude de então, Siim Kallas, que tinha o OLAF sob a sua alçada, se recusaram a verificar casos de corrupção e de mau uso dos fundos de coesão europeus em Portugal pelo governo do Cavaco. Queriam que lhes apresentassem a investigação já feita, como se os seus funcionários não ganhassem o suficiente para fazerem o trabalho que é o deles.

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