Durante décadas, os governantes têm demonstrado um desinteresse político no progresso nacional patenteado pela falta de programas que o apoiem e em que não houve um único plano de fomento nem soluções adequadas. Devido à sua duração, estas medidas essenciais ao progresso não produzem votos para as eleições seguintes. Não contentes com estes crimes, tentam agora vender o futuro da Nação e dos Portugueses.
Nota de pós-publicação sobre este artigo de actualidade permanente:
Sabemos que este post é demasiado extenso. No entanto, como explicar factos comprovados, quando, infelizmente, a maioria dos portugueses se encontra tão profundamente enganada, ludibriada e como que hipnotizada por políticos e jornaleiros coniventes? Não tem sido uma das máximas do actual governo pavonear-se por estes actos que comprometem o futuro do país por décadas? Não é a população levada a pensar que é impossível mentir tão descaradamente e com tanta malvadez, e a acreditar piamente em tamanha monstruosidade? (25-1-2007)
O que se segue pode ser considerado demasiado longo, e é, mas um vazio não facilitaria a compreensão da gravidade da situação: o último prego no caixão da miséria do país.
Origem
Durante décadas, os governantes têm demonstrado um desinteresse político no progresso nacional patenteado pela falta de programas que apoiem o progresso e em que não houve um único plano de fomento nem soluções adequadas. Os fundos de coesão europeus destinados à reestruturação foram sistematicamente delapidados, esbanjados, mal administrados e mal usados, entregues a amigos por vias corruptas, usado para comprar propriedades móveis e imóveis, etc. Nada sobrou para preparar o país para o futuro de então, o presente de hoje, pois que o restante foi posto em circulação a fim de dar à população que com a adesão de Portugal à Comunidade Europeia se tinha acabado a miséria.
Tinham todos ficado ricos graças à grandeza de alma de Cavaco, ou pelo menos assim o criam. Mário Soares também quis uma parte da glória e tem afirmado sem parar que foi ele quem tinha levou a cabo as negociações da dita adesão. O que nenhum cobardolas nos veio dizer foi que quem tinha, efectivamente, encetado essas negociações tinha sido Marcelo Caetano, que como se recorda, não teve tempo para as continuar e ainda menos para as terminar. Note-se que se isto tivesse acontecido, Portugal tinha entrado em democracia em doçura, tal como a Espanha entrou, sem a destruição provocada por uma Abrilada atracadora e completamente fora de tempo. A maioria destas ocorrências teve lugar sob os auspícios de Cavaco e Silva, na sua posição de chefe de governos. Mas não só, os outros governos, proporcionalmente aos montantes recebidos e à duração dos seus desgovernos não fizeram melhor, fizeram idêntico.
Embora a adopção de medidas a longo prazo seja a mais eficiente forma de apoio ao progresso, é a que menos ou nenhuns votos imediatos proporciona. Daí o desinteresse dos interesseiros políticos, preferindo governar-se a si mesmos, obtendo votos e sendo eleitos ou reeleitos. Estas atitudes só poderiam conduzir à miséria nacional, tal como agora se veio a verificar.
Acções deste tipo, que põem em causa a vida nacional, enquadram-se perfeitamente na definição do vocábulo traição, podendo assim concluir-se que os seus autores são traidores e que como tal deveriam ter sido julgados e condenados em lugar de eleitos pelos cidadãos eleitores em sequência de discursos falsos, perfeitamente equiparados a burlas – donde, crimes. Porém, Portugal não é uma democracia, mas sim uma oligarquia, o que se prova tanto pelo procedimento dos governantes como por os oligarcas serem intocáveis e ficarem impunes a todo e qualquer crime. O que acontece com o consentimento parcial duma população com incapacidade para atingir a dimensão destes factos, por uma impotência dos restantes devido ao modo como o sistema oligárquico foi preparado para impedir qualquer ataque às oligarquias parasitas.
Solução governamental
Como solução adequada a recuperar o fenomenal atraso do país, infligido durante décadas, como atrás constatado e de estimular a criação de empregos no âmbito do choque de bla-bla-bla do governo, este tem-se esforçado com fervor em atrair empresas para Portugal. A argumentação para este procedimento baseia-se, segundo o governo, no acréscimo do número de empresas, o que, em sequência, faz crescer múltiplas vezes os postos de trabalho. Além disso, segundo a mesma ordem de ideias, garante o governo que sendo essas empresa desenvolvidas e modernas, faz também desenvolver a tecnologia nacional.
Aqui há um grande hiato que tanto o governo como os jornalistas, ambos desonestos e dedicados embrutecedores profissionais duma população ignorante, escondem mais uma vez.
Com efeito, a entrada de empresas estrangeiras no contexto nacional tem outros resultados além dos anunciados e que os políticos encobrem e minimizariam chamando-lhes colaterais, se tivessem a probidade de falar sobre eles ao seu soberano, o povo que estupidamente os elege. Mas nem eles nem jornalistas têm essa honestidade e jamais nos contam a verdade toda. Meia verdade = meia mentira: velha táctica vigarista em fazer passar melhor as mentiras. A restante verdade é simples de compreender sem ser necessário ter conhecimentos de economia. Basta olharmos com olhos de querer ver em direcção aos países mais ricos e avançados, já que políticos e jornalista no-lo escondem maliciosamente.
Até certo ponto, as alegações dos políticos são verdadeiras, residindo o problema em nos ocultarem as consequências desastrosas. (Meia verdade / meia mentira) Haverá quem possa crer que quando uma empresa estrangeira investe em Portugal possa ser para fazer um jeito ao governo português ou ao primeiro ministro, ou um favor aos cidadãos nacionais? Acreditará alguém que uma empresa não espere que dessa acção venha a ter uma real compensação, aumentando mais os seus lucros do que se o seu investimento tivesse sido aplicado algures? Não será lógico que a empresa escolha a localização que melhor sirva os seus interesses financeiros? As respostas a estas questões são evidentes. O governo também diz que sim e esconde o restante da verdade, pretendendo justificar que é no interesse do país e para o bem nacional. Aparentemente, mas assim como nem tudo o que parece é, também aqui é o caso.
Politicamente incorrecto
A implementação de indústrias – já que as nossas foram quase todas destruídas ou decapitadas durante os governos do nosso querido grande benfeitor Cavaco e Silva – pode criar apenas riqueza aparente tal como se passou durante o mesmo governo, pois que põe dinheiro em circulação. Mas as empresas estrangeiras vão levar o grosso dos lucros para as suas sedes nos seus países de origem (ou qualquer outro lado que não cá). Ou não? Alguém do governo nos disse que os contratos com as empresas as obrigava a reinvestir os lucros em Portugal? Então porque haveriam elas de o fazer, contra todas as lógicas do seu próprio interesse? Elas investirão, nas suas empresas, claro, a fim de optimizarem a extorsão. Apenas mais um facto escondido com mais intenções – ou poderia a dissimulação ter motivação honesta? Ninguém nos diria porque, se prestassem contas ao povo seu soberano, os corruptos diminuiriam a sua corrupção e isso não está a acontecer.
Como não estamos numa democracia, os políticos podem fazer o que bem entenderem sem se sentirem obrigados pelos seus deveres democráticos, os quais não se inibem de atropelar a torto e a direito. Não ouvimos José Sócrates, nos noticiários de 8 e de 10-10-06, enunciar as obrigações dos políticos? O respeito que deviam ter entre eles, mas não aquele que numa democracia deveriam ter para com o povo soberano, isso não lhes interessa. Note-se que os políticos procedem sempre no mesmo modo característico: quando no poder, falam assim, se na oposição, é ao contrário. Vigarice, burla e embuste. Por seu lado, a população, ignorando os processos democráticos, julga não ter voz e dever aceitar as barbaridades daqueles que elegeu por ludíbrio, continuando a cair num logro sem fim que faz deste país o paraíso dos corruptos e burlões. Um El Dourado para altos criminosos, em que só pequenos assaltantes e pilha-galinhas são condenados – declaração dum advogado, algures já mencionada neste site – facto, aliás, apenas negado por aqueles que compõem as oligarquias e mencionado em praticamente todos os blogs, como recentemente, no do Prof António Balbino Caldeira. Juízes e magistrados pretendem atirar com todas as culpas para os políticos. De certo que não estão inocentes, mas a repetição de acontecimentos não abona em favor da Justiça.
Que se vai então passar. Como se disse atrás, é bem simples. À excepção referida, as empresas estrangeiras vão-se encher e reinvestir o dinheiro que cá ganharam para outro lado, visto nada as impedir de o fazer. Cá, ficam as migalhas pagas em ordenados e o país empobrece porque deste modo não consegue nem nunca conseguirá formar fortuna (fundos) suficiente para investir por si e sem o auxílio das empresas estrangeiras que lhe sugam o sangue. A tecnologia avançada não chega nem vai chegar a quase nenhuma das poucas empresas nacionais que escaparam à razia dos governos de Cavaco, pois que a política da altura era fazer fechar as empresas e liquidá-las. Idem com a agricultura e com a pesca. Para isto foram usados os fundos de coesão da União Europeia destinados à reestruturação e progresso para indemnizações, distribuíam-se pelos indivíduos do governo para comprarem casas, montes, veículos caros e todo género de propriedades, como todos se devem recordar. Entretanto, enganou-se a população pondo o restante em circulação para dar a ideia de que o país tinha enriquecido com tão eficiente política económica e provocar reeleições e a formar a imagem camuflada dos parasitas. Tendo os fundos sido assim estafados e delapidados, não houve mais para aplicar numa reestruturação que nunca teve lugar.
As condições presentes do investimento empresarial estrangeiro em Portugal asseguram-nos que no futuro vamos continuar a andar com uma mão à frente e outra atrás. Vamos comendo, ganhando uns tostões, mas venderam-nos o nosso futuro e condenaram-nos à cepa torta, à miséria permanente. É o golpe de misericórdia após o anterior esbanjamento dos fundos europeus. Podemos concluir que tudo não passa dum estratagema para ganhar votos, muito comparável ao procedimento dos governos de Cavaco, o qual não pode deixar de aprovar a continuidade das suas acções governamentais. Sofisma para ganhar eleições à custa da ruína a longo prazo infligida ao país. Em ambos os casos.
Para quem não estiver ao corrente do que se passa nos países que progridem, por encobrimento da parte de jornalistas corrupta e perversamente coniventes, com a cabeça tão atulhada dos logros de e o assobio da serpente aos ouvidos, serão estes factos comprovados que lhe parecerão logro. Nesta eventualidade, aqui está uma explicação sucinta, mas que pela sua simplicidade basta para compreender. A maioria dos países desenvolvidos não trava o investimento proveniente do exterior, mas controla-o de acordo com as suas necessidades. Existem alguns, todavia, que o proíbem mesmo.
Aqueles que o controlam nunca permitem que se atinjam exageros que desequilibrem a sua economia nacional e a ponham em perigo. O que interessa para a riqueza dum país desenvolvido e à sua continuidade é que a grande maioria das empresas sejam nacionais, regra generalizada em todos os países ditos ricos. As maioria das acções em posse da população constitui uma parte importante da riqueza nacional de qualquer país. Desta forma, é imprescindível que a indústria e afins não trabalhem de modo arcaico como em Portugal. Para atingirem este estado, os países desenvolvidos agiram do memo modo que observámos ultimamente em países como a Finlândia e a Irlanda e que observamos actualmente na Hungria, Checoslováquia, Polónia, etc. Estes últimos têm experimentado muito maiores dificuldades devido às circunstâncias dos tempos, pelo que têm feito grande apelo ao investimento externo. No entanto, não têm descurado a remodelação das suas indústrias nem a respectiva modernização, mesmo em países onde a indústria já tinha renome. Em países que há mais tempo enriqueceram (porque eram pobres), em virtude de terem uma mão-de-obra mais cara há já algum tempo, consequência dum nível de vida mais elevado, dedicam-se a produzir a mais alta qualidade, que é mais bem paga. Claro que estes exemplos para Portugal não podem servir, visto não ter mão-de-obra à altura.Um exemplo destes países é a Suíça, país tão miserável como Portugal, ou mais, até algum tempo após o fim da II Guerra Mundial, altura em que ainda famílias inteiras passavam os serões a pintar mostradores para relógios ou noutros trabalhos idênticos para poderem juntar uma sopa ao jantar.
Contrariamente ao que se passou em Portugal, em que a reestruturação e a modernização foram transformadas numa razia de eliminação de empresas, destruindo quase por completo todo o sector industrial, deixando as empresas sobreviventes nos estertores da morte, depredando deste modo quase todo o tecido industrial português, sem que nenhuma alternativa tivesse sido avançada. Com os fundos europeus foram pagas reais indemnizações com que uma maioria conseguiu viver por largo tempo e comprar propriedades. Era a riqueza europeia que tinha entrado pela porta de todos. O governo foi louvado por uma população embrutecida, por lhe ter assim arruinado o futuro. Os empresários portugueses continuaram com os seus métodos arcaicos, tendo como auxílio do governo subsídios para os quais não receberam a orientação nem o apoio necessários para os fazer frutificar.
Bons exemplos escondem-se
— os maus copiam-se ou inventam-se
Portanto, os países que admitem investimento estrangeiro controlam-no, não admitem que o facto atinja proporções que ponham em risco a independência económica nacional. Isto passa-se na maioria dos países e alguns exemplos europeus são a Noruega, a Finlândia, a Suécia, a Dinamarca, a Suíça e a Alemanha, considerados em Portugal como países ricos. A riqueza não lhes caiu do céu aos trambolhões, tiveram políticos menos gananciosos e corruptos, mais competentes e responsáveis, que punham os interesses nacionais e da população à frente dos seus e que sabiam que tinham que dar contas do seu trabalho ao povo, tudo coisas que cá nunca aconteceram nem são aditidas, prova indiscutível de que o sistema não é uma democracia. Ainda que interesses corruptos o escondam com afinco, existe efectivamente uma classificação para um regime deste género: oligarquia. Rima com democracia, mas não é mais do que uma ditadura dirigida por clãs políticos em que o povo, soberano numa democracia, é afastado das decisões políticas. Em portugal é ainda pior, visto que até os eleitos (os mais votados) são substituidos por militantes escolhidos pelos clãs. Donde a sua legitimidade é nula. Impostura!
Os países que não admitem o investimento estrangeiro nem sempre o declaram abertamente, mas fazem-no como norma. Um exemplo desta política financeira tem sido a Malásia, onde os investimentos estrangeiros são rejeitados, não existindo hoje senão um. Mesmo assim, este único tem sido alvo de ferozes confrontos políticos internos e o primeiro ministro, Datuk Seri Abdullah Ahmad Badawi, também ministro das finanças, não tem escapado às mais atrozes críticas nacionais por admitir que uma empresa estrangeira, da vizinha Singapura, tenha adquirido 31,34% duma empresa fornecedora dum grupo hospitalar. Aqui faz-se idêntico, dá-se tudo ao nosso único vizinho. A Malásia é um país que tem feito esforços sobre-humanos para controlar a sua economia e tudo o que lhe possa colocar a independência económica em perigo é violentamente atacado. Estes factos vieram à luz em princípios de Agosto último, após uma entrevista que ele concedeu na TV3, em que mentiu afirmando que não existia qualquer investimento estrangeiro na Malásia. O acontecimento em si, passara-se, salvo erro, em Setembro de 2005, para fixar, embora esta data não tenha qualquer significado para o que aqui se pretende demonstrar. O primeiro ministro e os seus apoiantes têm tentado defender-se de vários modos, primeiro afirmando que um grupo hospitalar não é uma empresa industrial, em seguida tentando por todos os modos comprar os cerca de 31% do único investimento estrangeiro no país.
A Malásia é, actualmente, um dos países asiáticos com os mais baixos custos de mão-de-obra, onde todos os investimentos se encontram nas mãos dos cidadãos malaios. A Malásia, presentemente já tecnologicamente avançada, quer aproveitar o baixo custo da sua mão-de-obra para desenvolver a sua indústria e ganhar uma posição de muito maior relevo na Ásia. Espera-se que este país continue a sua ascensão na cotação técnica internacional. Tem actualmente um grande projecto para substituir o petróleo por óleo de palma nacional. Os seus governantes têm ideias e vontade. Se assim não se passasse com os países asiáticos, continuariam com o mesmo progresso de há 30 anos. Portugal, ao contrário, andou para trás, pois que dos pouco mais de 20 anos de atraso em relação aos mais avançados da Europa, passou para mais de 52, segundo o Eurostat, ou seja, atrasou-se tanto quanto o tempo que decorreu desde a Abrilada. Não nos permitem estes factos sobre a Malásia concluir que nela existe muito mais democracia que em Portugal? Não fazem os políticos malaios muito melhor pelo seu país, pois que a população sabe o que é uma democracia e a isso os obriga? Para a população portuguesa, o orgulho e a vaidade de ignorantes em democracia e política bastam.
Em Portugal, após a destruição do tecido empresarial e industrial, pretende-se agora vender o que resta do futuro económico do país. Numa antevisão segura do que aí vem, se não quisermos ou formos capazes de nos livrarmos da pandilha de parasitas que nos arruína, o melhor é começarmos a ensinar os nossos filhos para abandonarem o barco antes que seja tarde de mais.
Nota: As informações sobre a Malásia estão publicadas em vários locais da Internet, inclusivamente no jornal politicamente independente The Star.
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1 mentiras:
ler todo o blog, muito bom
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