Blog do Leão Pelado



Este blog está construído segundo as normas da W3C, pelo que pode apresentar irregularidades em browsers que não as sigam, como o Internet Explorer e o Google Chrome. As bandas rotativas não funcionam no IE e as molduras são duma só cor.


Visite o blog da Mentira!
Colaboradores:

A. João Soares, Aruangua, J. Rodrigues, Sapiens, Mentiroso



On Achève Bien Les Chevaux

Observando bem como Portugal é governado há décadas e reflectindo sobre todo o rol dos acontecimentos que se desenrolaram ao longo dessa época e do seu corolário, não se pode inibir de pensar que a intenção dos políticos governantes em relação à população possa ser diferente daquela tão bem expressa pelo título da versão francesa do filme de Sidney Pollack They Shoot Horses, Don’t They? Eles Matam os Cavalos a Tiro, Não Matam? On achève bien les cheveaux. Matam-se bem os cavalos. Alcunhado em português Os Cavalos Também se Abatem, título que, como é de prática, desvirtua o sentido.

O sujeito do filme decorre na Califórnia, a meio da Grande Depressão da década de 1930. Através da região organizam-se maratonas de dança em que se ganham prémios chorudos. O filme é uma alusão directa à nossa sociedade, onde pobres, desempregados ou outros sofredores resignados, privados de dormir, dançam pelos prémios (alimentos vestuário, algum dinheiro), numa contínua luta cruel em que chega a haver uma morte.

Em contraste fugaz, apenas se entrevê a beleza da paisagem e um maravilhoso sol nascente.

Onde está a comparação com o parágrafo inicial? É aquela que Sidney Pollak lhe imprimiu: a miséria da grande maioria em tempo de calamidade enquanto, simultaneamente, outros, enriqueciam com a exploração, o tráfico ilegal, as negociatas, o tudo apoiado por medidas governamentais que fizeram de Portugal e o mantêm como o país com de maiores diferenças sociais entre ricos e pobres, fazendo desaparecer a classe média. A definição do típico estado oligárquico, em perfeito contraste com a de democracia, o que retira o país de entre as democracias. Para o confirmar ouvimos os políticos falarem constantemente em democracia, sintoma incontroverso de que quando se fala muito em qualquer coisa é para a introduzir na ideia dos ouvintes, fazendo passar uma mentira em que ignorantes e incautos acabem por abonar. Mais outra definição, a de vigaristas e burlões.

Quanto mais vezes os burlões nos dizem o contrário, mais válidas são a afirmação e a prova da continuidade e do agravamento da situação. Ainda remanescerão dúvidas após tantas provas dadas pelos burlões? Ainda existirão parvalhões espertalhões que acreditem nos vendedores de banha da cobra? Estarão os desmiolados à espera que os vigaristas lhes confessem as acções originadas nas suas baixezas? Comprem uma chupeta, que é o apropriado a semelhante mentalidade! Mais uma prova é a dos burlões afirmarem tão frequentemente que os portugueses têm maturidade política e democrática. Se assim fosse não precisariam de mentir dizendo-o.

Quanto mais atrasada uma mentalidade mais permeável ela é a lisonjas falsas. Os políticos que estudaram a parte do marketing que ensina o ardil, a astúcia, o estratagema, a maquinação, o subterfúgio, a fraudulência e a desonestidade para fins condenáveis, sabem que estas técnicas (que incluem a citada lisonja e o incitamento a um orgulho sem bases) são infalíveis para um povo em profundo e completo atraso intelectual e desinformado como o português, devido à inexistência de conhecimentos promovida por eles nesse sentido e levada a efeito pelos conglomerados da desinformação nacional controlados pelos interesses que eles favorecem em troca de ganhos ilegais e ilícitos, isto, pelo menos, do conhecimento geral.

Assim, qualquer político pode inventar as maiores mentiras, embustes, imposturas, intrujices ou patranhas, conscientemente, como o governo anterior fez e agora Sócrates repete impudicamente ao afirmar que Portugal tem um dos melhores serviços de saúde e de segurança social, quando a realidade é que é de longe o pior da Europa. Ou quando mente, afirmando que a idade de reforma deve aumentar em Portugal, seguindo o caminho dos outros países europeus. Mente velhacamente, sabendo que não corre o risco de ser desmentido, nem mesmo pela jornaleirada de bestiagos do género daqueles a quem afirmou estes factos na sua entrevista de 25-7-07 (salvo erro).

Daí o corolário que colocou Portugal no fundo do mundo e no fundo do fundo da Europa. Circunstância há muitos anos prevista e denunciada, como apresentada no site deste blog e mais recentemente aqui testemunhada. Prevê-lo não era nenhuma prova de inteligência, tampouco de esperteza, mas apenas sequência de observação dos acontecimentos e descrença nas patranhas, autênticas e literais burlas que os corruptos nos vendem constantemente e sem interrupção nem excepção. Um político diz sempre o que lhe convém e se o povo lho permite por aceitação, contra o próprio povo soberano, portanto seu soberano também. É o empregado que tenta não defender-se do patrão, mas simples e invariavelmente vigarizá-lo e roubá-lo.

Os relatórios periódicos da União Europeia (UE) Mostram a miséria vivida pelo povo português face ao bem-estar geral. Não obstante, o presente governo, com o incontestável apoio dos políticos que formaram o anterior, ainda que sob disfarce (o palavreado é para anestesiar – o que importa é o que fizeram e se estavam a preparar para fazer), desfecha golpe sobre golpe sobre a população (abatem-se os cavalos), enquanto que os privilegiados das máfias engordam. As oligarquias regem-se pelos mesmos princípios e se lhes permitirmos continuarão a esfolam-nos vivos e a vender as nossas peles para ficarem com o produto da venda. Alguém até hoje notou que estes canalhas sofressem a nossa miséria geral?

A Protecção Social
O relatório sobre a Protecção Social nos países da UE, referente ao período de 2000 a 2004, refere um aumento nas despesas com a Segurança Social, em geral e também em Portugal, mas não explica como esses fundos foram utilizados, se bem se mal. Também não pode mencionar qualquer facto ou mudança ocorrida fora do período que engloba. O que sabemos e que é do conhecimento geral é que temos o mais deficiente e insatisfatório desses serviços na UE, mas que eles absorvem fundos tão importantes quanto os dos países que prestam os melhores. É uma comprovada mas inacreditável roubalheira e desorganização.

A Flexi-Segurança
O relatório sobre empregados com contrato a termo fixo por não poderem obter um contrato de emprego permanente, para o período de 2000 a 2005, coloca Portugal no segundo lugar da desgraça, para não variar do costume. A proporção do emprego inseguro tem diminuído na média europeia, enquanto que em Portugal se tem mantido (o que, por contraposição, equivale a um aumento), chegando a insegurança no trabalho a ser cerca de 8 vezes superior aos dos países com melhores condições de trabalho, aqueles que têm o melhor apoio ao desemprego e uma reciclagem que garante a curta duração desse desemprego. Aqueles que também, na generalidade, têm menor desemprego.

A máfia política portuguesa vem, com um nome de marketing de enganar lorpas, como é hábito (flexi-segurança), pretender justificar o injustificável: adoptar o desemprego sem primeiro criar as condições imprescindíveis de segurança que o permitam sem descalabro. Esta necessidade nunca mereceu o interesse dos corruptos (os subsídios dão mais votos que a organização) e encontra-se em estado embrionário.

As barbaridades sobre o ataque à estabilidade do emprego e aos serviços sociais na sua generalidade, foram concebidas e expressas nas intenções do governo anterior, escandalosa e barbaramente apregoada pelo seu outorgante, um autêntico animal. É inacreditável que tal pessoa possa ter reputação de bom cristão e de competente sem uma equipa altamente mafiosa por detrás a apoiá-lo. Que eram e continuam a ser os seus colegas de governo. Este facto apenas, consiste num descrédito para qualquer igreja que defenda tal animal e uma prova real de que os políticos corruptos são criminosos e se constituem em associações de malfeitores típicas duma verdadeira máfia. Uma análise imparcial e objectiva dos eventos não pode levar a qualquer outra conclusão. Após esse governo, facilmente se depreenderá a relativa facilidade que o actual Déspota Iluminado teve para impor medidas que apenas matassem menos meia dúzia de cavalos.

São conclusões bem simples a chegar e não é necessária qualquer formação em economia nem tampouco ter estudado matemática. Os factos são tão elementares e evidentes que basta reflectir sobre os dados do relatório europeu dos outros países, as condições de trabalho e de assistência no desemprego, assim como este é encarado e tratado, contrapondo a tudo isto o que se conhece sobre o que se passa em Portugal e como se pretende abater a população, praticamente a tiro, como os cavalos do filme do Sidney Pollak.

Dançar até morrer
O relatório sobre a idade de reforma na UE reporta-se aos dados de 2005, englobando referências desde 2002. Por ele se constata que Portugal é o segundo país da UE em que a população se reforma com idade mais avançada, que trabalha durante mais anos e que menos recebe, sendo relegada à miséria económica e a uma quase total falta de apoios, incluindo os de saúde, o que se comprova pela inexistência da especialidade de médica de geriatria.

Não obstante uma situação que mais clara seria impossível, vêm os dois últimos governos mentir tão alarve e descaradamente sobre estas questões, contando-nos histórias que nem merece descrever, pois que pintam o quadro de modo simetricamente oposto. Como se pode classificar gente desta estirpe que ostenta os mais ordinários, reles e baixos sentimentos, gritando-nos a sua mais profunda desonestidade? Quem os defenderá que – possuindo um mínimo de raciocínio e de discernimento – não se identifique a eles? Não é evidente que para admitir que acontecimentos deste género possam tampouco ter lugar, será necessário que a população seja simultaneamente desinformada, ignorante e que tudo admita como cavalos que se deixam abater? É esta inércia com que os políticos contam para poderem falsear e provocar a miséria. A jornaleirada repugnante também não pode ser considerada como alheia à desinformação em que ela própria tem mergulhado a população.

Abatem-se os cavalos a tiro ou fazendo-os dançar até morrer – idêntico.

A Realidade é Pior
Note-se que estes relatórios se referem ao passado, mesmo que relativamente recente. Estamos bem ao corrente de como estas condições pioraram dramaticamente em Portugal, pelo que os relatórios em causa demonstram uma desgraça desactualizada, muito menos pronunciada. Outros relatórios do Eurostat dignos de menção foram publicados com os aqui apontados.

Conjuntura Diabólica
A mistura da política com meios onde circulam enormes somas, como o futebol e a construção civil, assim como a ligação ao controlo das notícias e das informações não pode produzir resultados inócuos. Poderá alguém inocentemente acreditar que sim? Em todos os países se compreendem as consequências de tais ligações, pelo que se condenam, enquanto que em Portugal se promovem, paralelamente com o resultante crescimento da corrupção. Enquanto a máfia e aqueles que da situação por ela criada se aproveita enriquecem cada vez mais, a miséria alastra-se e os miseráveis, consentidores e resignados, são cada vez mais e mais miseráveis.

Moral da História
A corrupção não pode ter fim com mezinhas que mais não servem que para atirar areia aos olhos dos eleitores. Nem enquanto for admitida a um só dirigente sequer. A corrupção só poderá começar a ter fim com o fim dos privilégios e da imunidade à responsabilidade dos governantes e outros que tais. Só poderá começar a ter fim quando mais nenhum cargo neste país possa ser atribuído por nomeação em lugar de por concurso público. Só poderá começar a ter fim quando estas medidas forem implantadas e seguidas obrigatoriamente.

Não se pode continuar a permitir a formação duma Nova Classe acima da Constituição, da Justiça e da Cidadania nacional, que tudo e todos controle impunemente, aliada aos magnatas da exploração humana.

É esta a bases de todos os males em Portugal e nada mudará sem que antes se resolva este caso basilar.


Enquanto estas medidas não forem adoptadas como norma intransponível e sem excepções, como nas verdadeiras democracias, o descalabro tem que continuar e é tudo mentira!

Quem concordar faça um pequeno esforço para o bem comum e passe a palavra.

Ou então continuar-se-á a abater os cavalos e ninguém terá o direito para reclamar, dado que o consente.

On achève bien les cheveaux.



They Shoot Horses, Don’t They?

3 mentiras:

A. João Soares said...

Um bom estudo profundo, meticuloso, sério, no estilo habitual do autor. Apesar da presa dos visitantes merece ser lido (estudado) com calma e serenidade. A realidade nacional é chocante e não devemos meter a cabeça na areia, devemos encará-la francamente e ajudar a ultrapassar esta situação que está a tornar-se crónica. A continuar assim, a actual juventude terá uma vida muito difícil e pouco humana.
É a ela que compete dar a volta a isto, da melhor forma, mas sem temer usar os métodos mais eficazes, e sem demoras. Amanhã pode ser tarde.
Obrigado pela divulgação de duas transcrições que fiz no meu blog.
Abraço

A. João Soares said...

A minha amiga Maria João F. pediu-me para aqui colocar o seu comentário por não o ter conseguido com o seu computador

Queria deixar o seguinte :

Definição de Progresso?

É discutível a definição de Progresso...
O Século XX foi pródigo em descobertas científicas e, dentre elas, as que no campo da Medicina permitiram prolongar a Vida, evitar e combater doenças.
Houve também uma melhoria económica que permitiu uma alimentação mais equilibrada e rica para os seres humanos. Dos países ricos... entenda-se!... Apesar de tudo, Portugal está entre os Países ricos, embora seja um dos mais pobres dos ricos: por exemplo aqui nós temos os antiretrovirais que permitem que pessoas seropositivas ao HIV tenham qualidade de vida e possam viver muitos e muitos anos, enquanto que em Áfria, por exemplo, por esta doença morre muita e muita gente!
Houve ainda o desenvolvimento do nutricionismo e a indústria dos anti-oxidantes que, combatendo os radicais livres, também prolongam a vida.
O desenvolvimento da Ciência - nos seus múltiplos campos - foi de tal modo avassalador que a Humanidade "endeusou" a Ciência. Não precisávamos mais de Deus. Caíram em desuso expressões como "Deus levou-o" quando alguém falecia.
A esperança de vida aumentou muito (estamos sempre a falar dos países ricos...) e fala-se já na 4ª idade. Hoje, aos 65 anos, é-se muito novo!
Muita gente vai até muito perto dos 90 anos, senão mais além!
Também se criaram hábitos de bem-estar em que qualquer pessoa que não tenha "tudo" se sente um desgraçadinho !!!
Não tem carro? Não tem plasma? Não tem aparelhagem de som, nem DVD, nem "home-cinema", nem computador ??? MISERÁVEL !!!
Para ter "tudo" diminuiu-se o nº de filhos, até porque a Ciência também nesse campo muito se desenvolveu e um filho é um "brinquedo" muito caro que ainda por cima vem sem botão de "off" e dá muito trabalho!!!
Concordo com todos os meios anti-concepcionais inventados porque um Filho deve ser DESEJADO, só o Desejo levará ao AMOR que um ser humano merece! Por tal facto, sou a favor da IVG: se houve um azar (fosse qual fosse) e não se deseja um filho, é preferível não o ter - sendo que a IVG deve, em minha opinião, ser o último recurso.
Concordo com e APLAUDO TODAS as descobertas científicas!

APLAUDIRIA IMENSO A HUMANIDADE SE SOUBESSE USÁ-LAS A BEM DE TODOS !

Paralelamente, o contacto com a Natureza, a Natureza ela própria tem sido descurada... Se alguém faz "jogging" ou se aproxima da Natureza, quer seja indo até ao mar, à praia ou à montanha não é para os proteger é, sim, para trabalhar a sua Saúde, a tal Longevidade! E se tivessem descoberto o Elixir da Longevidade e da Imortalidade, provavelmente seriam os piores seres humanos a poder comprar o produto...
Que se fez/faz para o prolongamento da esperança de vida dos recursos naturais? Do planeta que é a nossa casa?
A Humanidade pensou em si, apenas em si.
"Vamos ser quase Imortais e Ricos", foi o lema .
"Ter ou Ser", de Erich Fromm é elucidativo...
Não se percebeu bem o que seria ou não progresso...
Estamos e estaremos a pagar o preço/a factura do Progresso (?)...
Ou estarei errada?
Aceito (e muito aprecio!) argumentos que me façam ver de outro modo.
Maria João

Savonarola said...

Apoiado! A classe política constituiu-se numa espécie de máfia que tudo controla, com o apoio dos grandes interesses económicos. Caso contrário, como é que se poderia introduzir à pressa o conceito de flexisegurança, sem que este seja sequer debatido entre os parceiros sociais e, pior ainda, sem que seja clara a sua definição?
Abatem-se os cavalos, sim, para eliminar mão-de-obra dispensável, como os idosos. Chocante!
Um abraço anarquista