Blog do Leão Pelado



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Colaboradores:

A. João Soares, Aruangua, J. Rodrigues, Sapiens, Mentiroso



Pensões de Reforma – I
A Grande Burla do Século

Primeira Parte


Introdução

Ao longo das últimas décadas temos assistido a dois fenómenos simultâneos e independentes. Um deles tem sido o progressivo aumento da esperança do tempo de vida, devido ao progresso da medicina e aos cuidados dispensados aos idosos e aos seus problemas específicos. O outro, o declínio da natalidade.

Note-se que, em Portugal, contrariamente ao que se passa em países avançados, mas característica dos países do terceiro e do quarto mundo, a especialidade médica de geriatria nem faz parte dos cursos universitários deste miserável país. Até há quem defenda a teoria de que não faz falta por poder ser repartida por outras especialidades. De acordo com essa teoria, pretender-se-á, então, dizer que em vez de um idoso consultar um único médico, deverá consultar sempre uma junta médica composta pelos diferentes peritos das especialidades que compõem a geriatria? Ou será que o idoso se vai dividir em partes sintomáticas para que cada uma seja enviada a um médico diferente e como se não houvesse relação entre os diversos e possíveis sintomas? Será que aqueles que fazem tais afirmações serão tarados? Ou será que os seres humanos nascidos e que vivem em Portugal são assim diferentes dos outros nos outros países? Não parece isto uma conversa de tarados? Ou de sacanas vigaristas?

Omitem-se aqui referências sobre como os idosos são tratados em Portugal. Para quê, quando pelo menos semanalmente temos notícias sobre esses factos diversos. Se ultimamente essas notícias têm escasseado, isso deve-se apenas à imprensa se encontrar tão ocupada com outros casos no âmbito dos seguintes. Insatisfação com uma justiça ultrajante aplicada por entidades incapazes (as penas para casos semelhantes serão tudo menos semelhantes), corruptas (os poderosos nunca são condenados) e em que tribunais diferentes têm pareceres diferentes (se algum estará errado é incapacidade profissional). As crianças são torturadas, assassinadas ou transformadas em objectos sexuais pelos seus familiares próximos, ou tornam-se apenas objectos sexuais para os estranhos. Corrupção emergente por todos os lados no país. Um governo que diz fazer guerra à corrupção, mas que quando o deputado Cravinho quer apresentar um programa nesse sentido, as suas propostas são desvalorizadas e menos desprezadas, e ele é chutado para longe. Jornalistas e jornaleiros têm presentemente muito trabalho, relativamente ou aparentemente entre mãos e este dos velhos é menos gritante.

Voltando ao assunto dos dois fenómenos mundiais enunciados ao início, o outro fenómeno que se tem observado, à parte o do prolongamento da vida humana, é o acentuado e contínuo declínio da natalidade. Este problema tem sido abordado pela maioria dos governos como se dum enorme mal se tratasse, visto obrigá-los a modificar muitos dos cálculos em que se baseiam as economias nacionais. Os governos portugueses têm-se distinguido por uma permanente demonstração de inércia e desinteresse, atestadas pela falta de qualquer correcção até há pouco jamais aplicada ao sistema da Segurança Social.

No entanto, não obstante os sérios problemas, mas de relativa curta duração, que esta conjuntura tem causado aos governos, não estamos em face dum mal, mas duma autêntica bênção. Com efeito, vê-se mal que sem este acontecimento providencial o nosso planeta pudesse subsistir ao contínuo aumento das agressões ambientais causados simultaneamente pelo exagerado número de especímenes dum animal duma só espécie, que se tem reproduzido a uma taxa incrível, por um lado, e por outro pela destruição dos recursos da natureza e transformações insuportáveis, ambas por ele causadas.

O problema consiste, pois, num desequilíbrio da combinação destes dois fenómenos até que um novo equilíbrio se estabeleça. Os problemas causados teriam sido menos acentuados se a baixa nos nascimentos tivesse sido, ela também, menos acentuada, mais lenta do que aquilo que tem sido. Com o tempo e continuando a haver poucos nascimentos, o número proporcional de idosos terá fatalmente de reduzir-se. Demorará algum tempo, mesmo muito mais do que alguns imaginam, devido a tratar-se dum fenómeno mundial e a inexistência dum sincronismo entre os países ser irrealista, impensável e praticamente impossível, devido às barreiras levantadas pela heterogeneidade entre eles. O único modo de aliviar outros inconvenientes – para além dos das pensões de reforma, que por comparação são ridiculamente diminutos – será o auxílio aos países mais necessitados e atrasados, assim como uma política lógica e coerente das emigrações, o tudo sob controlo permanente. Todos os países seguem o mesmo rumo, mas cada um com o seu desfasamento e a passo diferente. Todavia, os indícios deste caminho são reveladores do futuro.

Quanto à baixa de natalidade verificada em Portugal, ela não tem exactamente os mesmos motivos que em países avançados. Os governos têm providenciado para o agravamento da situação com medidas efectivas nesse sentido ou com a falta delas no sentido contrário. Todas são bem conhecidas, mas a fim de que não passe aqui completamente em branco enumeram-se algumas. Em países democráticos, é vedado despedir uma mulher grávida sem motivo bem válido. Após o nascimento da criança, um período longo é concedido a um dos pais, à escolha. As creches instituídas pelos estados logo no após guerra, não só continuam em actividade como têm aumentado em número. Os custos das creches são nulos ou insignificantes. O número de filhos criados é um factor em conta para o cálculo das pensões de reforma.

Estes poucos exemplos em combinação com estado de avanço do país (que por ser atrasado não causaria uma tão grande baixa de natalidade) justificam a clara e inequívoca afirmação de que em Portugal os governos são o contributo número um para a baixa de natalidade. A maternidade não tem quase nenhum apoio e é a principal razão que faz as mulheres quererem abortar. Nos últimos anos vimos a situação ser voluntariamente agravada pelo governo anterior
dum modo que só pode ter como base a maldade. Esta conjuntura constitui apenas mais uma das inumeráveis causas da miséria e da desgraça que grassam em Portugal. Mais um motivo para agradecermos aos nossos queridos políticos pela desgraça e miséria a que nos arrimaram; pelo esmero com que transformaram o país na estrumeira da Europa. Agradeçamos também aos jornaleirecos imundos que nos guardam na escuridão e nos mantêm ignorantes do que se passa noutros países, a fim de não reclamarmos muito forte, preciosa ajuda aos corruptos.

Concluindo, a baixa de natalidade que os políticos tomam por uma desgraça é, afinal, uma bênção, é mais um factor a aumentar as possibilidades da continuidade da vida terrestre. Se há males que vêm por bem, este é sem dúvida um exemplo. Já está a causar grandes problemas, mas devido a ele o futuro da terra afigura-se mais propício à sua própria continuidade. Em lugar de se lamentarem em guisa de desculpa, que os políticos peçam ajuda a matemáticos e a economistas para o necessário remedeio intercalar. Não se aproveitem porém da situação roubarem a população com comissões de estudo pantomineiras e compostas por parasitas corruptos da sua laia para escravizarem a população como os canalhas que nos governam pretendem fazer ao povo.


Nota sobre a continuação deste artigo:



Na Segunda Parte da história de A Grande Burla do Século vamos recapitular o que os partidos têm referido acerca deste assunto da máxima importância para toda a população, como tentaram lidar com o problema. Em seguida analisaremos o caminho que os levou a escolher e a adoptar as suas solução. quais as consequências e o que nos esconderam.


3 mentiras:

A. João Soares said...

Parabéns por mais este trabalho de alto nivel.
Ao contrário das sociedades agrárias primitivas, hoje os filhos não são factor de riqueza, apenas representando um encargo cada vez mais pesado dos pais, que os vêm partir cedo e por eles são abandonados quando a idade os torna carentes do apoio filial. Isso justifica em parte a redução da natalidade. Nesta perspectiva, parece que deve ser o Estado a arcar com grande parte da criação e educação das crianças, futuro capital humano de valor insubstituível no desenvolvimento da economia. Porém, lamenta-se que os agentes do Estado (políticos governantes e autarcas) não possuam competência, nem capacidade de análise, nem coragem de grandes decisões.
Com o actual Governo, na incapacidade de aumentar a b«natalidade, vemos uma orientação para a redução da quantidade de idosos, criando condições para a desertificação do interior, fecho d centros de saúde, dificultando o avesso aos cuidados de saúde, etc. Já se começa a falar na eutanásia. Não faltará muito para aparecer um qualquer «pensador» político a sugerir a sua aplicação obrigatória aos idosos doentes para se poupar na reforma e nos medicamentos. É um receio muito duro, mas é de temer que se torne realidade, perante a falta de humanidade dos políticos que apenas pensam em euros. Quando isso acontecer espero que comecem por aqueles que maiores reformas (as chamadas reformas milionárias)auferem, para que o seu desaparecimento de traduza em mais beneficio para as Caixas Gerais de Aposentações e de Pensões.
Um abraço
A. João Soares

Mentiroso said...

Amigo A.J.S.

Em Portugal tudo se faz ao contrário, não só neste assunto. É o trânsito, o estacionamento, a educação sexual, o ensino, tudo. Quanto ao ensino, nalguns aspectos ainda não atingiu o nível dos países europeus mais adiantados. Até aos médicos não é reconhecido o direito de exercer por sua própria responsabilidade.

Para acabar com a lixeira à beira-mar só há uma solução: domesticar as bestas políticas; obrigá-las a prestar contas, proibir-lhes o roubo e desmantelar a legislação que o permite. Aumentar todo género de plebiscitos a acrescentar a qualquer eleição para não causar perdas.

Anonymous said...

Obrigado por intiresnuyu iformatsiyu