Segunda Parte
Como os Queridos e Previdentes Políticos Projectaram e Perpetraram a Nossa Desgraça
Situação inicial
Desde alguns anos que os partidos políticos têm falado na reforma da Segurança Social. Falar e discutir é próprio do Homem, tal como errar. Falar duma coisa escondendo a verdade e as suas verdadeiras intenções é próprio de político corrupto mal intencionado. Uma solução provada e em vigor na Europa, que solucionaria o problema da Segurança Social em Portugal, tal como noutros países, existe há umas três décadas e está em vigor. A corja completa de todos os bandos que formam os clãs dos partidos portugueses encobriu este facto, mentiu e evitou a solução. Acontecimento impossível sem a cumplicidade de jornaleiros que uma vez mais desprezaram o seu dever de informar honestamente.
Com efeito, o sistema da Segurança Social português é arcaico. O actual sistema já nasceu velho. Todos os países europeus foram operando reformas oportunas ao longo do tempo, tentando sempre contrabalançar os efeitos humanamente benéficos do prolongamento da vida humana com os seus resultados negativos que são os efeitos do facto nos fundos da Segurança Social. A realidade é que ao aumento do tempo de vida não corresponde exactamente um aumento de produção para as pessoas mais idosas. A produtividade tem-se estendido numa proporção inferior ao aumento da esperança de vida e sempre num declínio que aumenta com a idade.
Assim, após praticamente todos os países europeus terem reformado o sistema de compensação da Segurança Social, lentamente mas por completo, em alguns países há já algumas décadas, os políticos portugueses, calões como sempre, desperdiçaram anos em conversas de chacha. Após décadas sem nenhuma acção para resolver um problema que não dava votos imediatos, começaram a agitar-se duma maneira desorientada de que popular e vernaculamente se diz “como se tivessem fogo no cu”. E assim foi, porque os resultados o provaram.
Sem mostrarem o jogo, ou seja, com a arrogância do costume, nomearam mais uma das tais comissões de estudo, que como todos sabem só servem para roubar o dinheiro do estado e metê-lo nas algibeiras dos parasitas amigos que para elas designam, ou para pagar favores políticos (=corrupção). Parece que por isso querem mudar o nome de comissários para comissionistas. Em suma, apenas a costumeira roubalheira devidamente legislada, por legisladores neste caso ladrões, tão amplamente conhecida e autorizada pela população de carneiros mansinhos que lambem as mãos aos carrascos que os sangram e ainda votam neles como prova de reconhecimento. Francamente, é fora de contexto, mas não se sabe quem serão os piores malditos, se os que o fazem ou se os que permitem que lhes seja feito: a carneirice tem limites.
As nomeadas comissões, do modo como geralmente acontece, não podem ter outra finalidade além das precedentemente descritas. As medidas tomadas em Portugal sobre a maioria dos assuntos são tomadas com enorme atraso, quase sempre de vários anos, frequentemente décadas. como no caso presente. Daí, quando isso acontece, as diferentes experiências sobre os diferentes métodos possíveis já são velhas, não restando aos legisladores mais do que assemblar um conjunto contendo todas as medidas que provaram oferecer os melhores resultados. Chega-se à conclusão lógica de que os políticos bem conhecem os assuntos mas escondem-no de má fé; que as ditas omissões não passam do que atrás foi explicado, um pretexto para roubar o estado, ou seja, sacar o dinheiro directamente do bolso dos cidadãos (= assalto sem armas, mas com fortes ameaças mais que convincentes).
Formaram-se, pois, as costumeiras comissões a fim de estudarem como se deveria reformar a Segurança Social de modo a tapar o ralo. Estas comissões chegaram a conclusões diametralmente opostas, como se vai recordar nos dois subtítulos que se seguem. Por de mais ambas erradas, como se vai constatar na III Parte. O que implica a incompetência, a estupidez ou a vigarice e a corrupção. Como em qualquer caso em que a nação que sair perdedora, estes comportamentos não podem estar isentos de traição. Estamos, pois, em face de políticos corruptos e traidores.
Solução para a matança dos mais pobres
A primeira comissão de estudo – sob a alçada dum indivíduo de tipo aquilino, com inegável aspecto de autêntica ave de rapina, tão denunciante da sua mentalidade para qualquer fisionomista – concluiu que a melhor solução para o problema da Segurança Social seria deixar que cada um se governasse por si próprio e como pudesse, ou seja, aqueles que já ganhassem o suficiente para fazerem economias, dar-se-lhes-ia ainda a regalia da isenção de impostos sobre uma conta de poupança mascarada de conta da Segurança Social.
Para que o escândalo fosse maior e se agravasse ainda o já profundo fosso entre pobres e ricos os que tivessem meios de poupança próprios ficariam dispensados de contribuir para o fundo de solidariedade da Segurança Social.
Desde logo era evidente que este método desfalcava enormemente esse fundo, o qual deixava de ser universal e não mais poderia chamar-se de solidariedade. O fundo de solidariedade universal passava assim a ser um pequeno fundo de sopa dos pobres. Àqueles que não tivessem qualquer meio de economizar para a sua pensão de reforma, deixava-se-lhes os restos dos fundos da Segurança Social, agora gravemente desfalcados a favor dos mais ricos. Mas enfim, se Portugal já é onde esse fosso é o maior, que mal teria cavá-lo ainda muito mais? Os carneiros tudo aceitariam e continuariam a votar.
Traduzindo em palavreado da gleba, aos que já tinham algum dinheiro dava-se-lhes mais; aos que menos tinham, mesmo esse pouco lhes era tirado e negado. Não lemos ou ouvimos já algo semelhante em qualquer parte? Em suma, para esta comissão acabava-se com a Seg.Aoc.
Solução pseudo-socialista
Entretanto, como o governo mudou, os novos eleitos não quiseram desperdiçar uma oportunidade de sacarem para eles os fundos ao estado roubando-os para os seus acólitos: nomearam uma nova comissão de estudo. O Zé Povinho que já tinha enchido os bolsos aos cúmplices dum partido (um dos clãs que formavam a corja nojenta corja), iria agora suportar a repetição dum roubo idêntico para o mesmo fim, encher os bolsos doutro clã da mesma corja.
Esta nova comissão concluiu que a melhor forma de tapar o furo na Segurança Social seria indubitavelmente pôr todo o mundo na miséria. Ou seja, como todos sabem, mas apenas para lembrar, diminuir as já míseras pensões. Não ficaram convencidos que por este caminho solucionassem definitivamente o problema, tanto que reconheceram que esta solução era para umas duas décadas. Mas como os mentirosos costumam fazer, berraram bem alto que resolveram o problema, pois que na política portuguesa quem mais alto berra mais razão tem.
Pequena análise das conclusões das comissões-ladras
As comissões demonstraram não servir a nação (aqueles que lhes encheram as algibeiras). Em ambos os casos demonstraram terem sido pagas com a única finalidade de apoiarem e aplaudirem as ideias dos seus patrões, de lhes proporcionarem o crédito que desde o início nunca tiveram, de encobrir a falsidade das suas intenções. De os ajudarem a convencer os carneiros. Um formato que produz resultados idênticos aos da publicidade enganadora.
É do conhecimento comum que o paraíso na terra não existe. Donde nenhum país pode ser tomado como tal. Todos têm coisas boas e coisas más. Quando se é um país com décadas de atraso sobre a média europeia, a sabedoria e a prudência estariam em saber copiar e adaptar para si o que os outros já provaram como estando bem. Não se compreende a sistemática persistência dos políticos portugueses em apenas copiar o que está mal e ainda em adaptá-lo do modo mais desadequado e estúpido.
Este facto, constatado ao longo dos anos, obriga-nos a nos pousarmos várias questões sobre o que os leva a manter este procedimento, sobretudo quando esbanjam e roubam a população para enriquecer os parasitas de comissões de estudo ou de inquérito que parem ideias que são verdadeiros abortos monstruosos e inconcebíveis. Será por erros contínuos, devidos a repetidas faltas de visão? Por estupidez crassa ou por incapacidade mental? Ou por desinteresse e corrupção? Ou ainda, mais simplesmente, por malvadez em sacrificar a população, pois que ninguém pode imaginar que os políticos não vão vendo as consequências das suas acções? Ou será pelo conjunto de todas estas possibilidades combinadas?
Como de costume, no presente caso, em lugar de informarem a população, políticos e jornaleiros esconderam grosseira e intencionalmente todos os dados sobre o problema e tudo o que sobre ele se conhece, incluindo a experiência ganha noutros países sobre o assunto. Enganaram a população deliberadamente. Seria este comportamento fruto de bons ou de maus sentimentos e intenções?
Nota sobre a continuação deste artigo:
Na Terceira Parte da história de A Burla do Século veremos como estudos competentes originaram medidas certas e adequadas utilizadas por governos idóneos para solucionar o problema da Segurança Social derivado do envelhecimento da população e baixa natalidade. O todo maliciosamente escondido por todos os partidos e jornaleiros portugueses. Ou alguém ouviu falar no assunto?
4 mentiras:
Já assinei a questão da taxa do MULTIBANCO.
Quanto ás pensões , meu amigo , é coisa de POLITICA NOJICE e COMPADRIO.touaqui42
COMISSÔES DE TRABALHO , COMISSÕES ANALISTAS , É TUDO UNS APROVEITADORES DA MISÉRIA HUMANA EM QUE ESTE PORTUGAL SE TRANSFORMOU.
Á para não esquecer, as COMISSÕES DE ESTUDO.
Poque motivo este GOVERNO não faz um estudo ou um REFERENDO para saber se DEVE ou Não ABANDONAR este CLIMA de CORRUPÇÃO que grassa neste País ???.touaqui42
Vou estar ausente , mas vou acompanhar o meu blog num computador particular, por isso se não responder como desejava dentro dos limites de tempo peço as minhas desculpas.
Infelizmente a vida familiar precisa de mim...touaqui42
Argumentação muito completa que mostra a complexidade do problema e a incompetência e verdadeira vontade de o resolver. Uma comissão é nomeada quando se pretende adiar a resolução de um problema e fingir que está debaixo de olho. Como diz, uma comissão é nomeada para arranjar argumento para defender a solução que lhe é apresentada, e é constituída por amigalhaços coniventes e cúmplices da aldrabice, o que lhes é bem pago.
Bastava fazer um estudo comparado com o que se passa em Países de sucesso e adaptar criteriosamente às circunstâncias nacionais, mas para isso era necessário havercompetência e inteligência.
Um abraço
A. João Soares
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