Blog do Leão Pelado



Este blog está construído segundo as normas da W3C, pelo que pode apresentar irregularidades em browsers que não as sigam, como o Internet Explorer e o Google Chrome. As bandas rotativas não funcionam no IE e as molduras são duma só cor.


Visite o blog da Mentira!
Colaboradores:

A. João Soares, Aruangua, J. Rodrigues, Sapiens, Mentiroso



Progresso Português —> Progresso Invertido

É raro o mês em que não sejam apresentadas notícias de organismos – tais como o Eurostat ou outros similares – que nos dão a conhecer os degraus que Portugal vai descendo na sua heróica conquista do estado mais miserável da União Europeia. Os países que vão aderindo, não nos vão ultrapassando alegremente com a maior naturalidade?

Porém, não paramos de ser matracados com as mesmas farsas, eternas frases imutáveis de cada governo a afirmar que sem qualquer sombra de dúvida esta situação se está a inverter. A certa altura, os aldrabões da banha da cobra até nos dizem que as condições estão verdadeiramente a mudar, que se notam os sinais inconfundíveis! História que não cessa de se repetir. Se não é como eles dizem, é porque são um bando de vigaristas oligárquicos.

Embora o caminho pela rampa abaixo não seja novo, há ainda alguns anos que de vez em quando se ouvia uma notícia no sentido contrário. Apesar desse facto não ter significado real por geralmente dizer respeito a pequenos assuntos sem importância fundamental, mesmo essas pequenas fagulhas se apagaram, verificando-se que cada vez vamos pior. Não se tratava mais do que falsa propaganda de políticos corruptos apoiados por jornaleiros coniventes.

A descida, porém, não é consequência de acontecimentos ou de má política recentes, pois que tais efeitos só podem começar a sentir-se anos depois dos acontecimentos que os provocaram. Muitos anos, por vezes, o que permite aos políticos diabólicos passarem por santos.

A mudez dos economistas mais conhecidos, portanto dos que passam mais frequentemente pelos noticiários e pelos textos dos jornais, deve-se, obviamente, a trabalharem quase todos para grandes aglomerados de exploração económica selvagem. Estes, dum modo ou doutro defendem os seus interesses que são contra os nossos, pagam às oligarquias políticas, corrompendo-as, para garantirem a continuação da aprovação ou da tolerância dos seus roubos. São aquilo a que este blog se refere como «roubos autorizados». Assim, aproveitando o encobrimento e pelos anos que os efeitos que provocam o agravamento da miséria demoram a fazer sentir-se, os esforços dos traidores para o afundamento do país são coroados de êxito, metodicamente aplicados por governantes ignóbeis, para assegurarem o afundamento contínuo da economia e da democracia.

Donde se conclui que a origem do presente estado da Nação já vem de longe, de há cerca de 15 a 30 anos. Contrariamente ao apregoado pela malandragem parasita oligárquica, em que foi sempre o último governo quem provocou todo o mal, os males dum país não podem ser consequência de políticas recentes, foram indubitavelmente operadas pelos partidos que acusam os outros aquando dos seus anteriores governos. Ou seja, como se vão revezando, os autores são sempre os mesmos. Todos os que formaram governo são indubitavelmente culpados.

Confirma-se e conclui-se ainda que além desses problemas terem uma origem relativamente longínqua, não se fez, entretanto, nada para evitar ou pelo menos atenuar as consequências. Agradeçamos pois aos nossos queridos políticos, não só pela desgraça para que nos atiraram sem escrúpulos, como ainda o terem permitido o seu contínuo agravamento sem nada fazerem senão mezinhas de atirar areia aos olhos dos eleitores e assim lhes sacarem os votos, pois que são esses políticos quem nos desgoverna, para o que são pagos com o dinheiro dos nossos impostos – o nosso dinheiro. Estamos a pagar para sermos roubados por quem nos ataca e atraiçoa, parasitas que nos sugam mais do que os malditos castelhanos, por eles ajudados. Todos os tipos de traições.

Todos os governos têm desprezado medidas que fomentem o progresso, concebidas conjuntamente e de modo inteligente, ordenado e global. Durante décadas não houve um único plano a longo termo para qualquer tipo de progresso. Tal como os efeitos maléficos atrás relatados não produzirem resultados visíveis senão vários anos após as acções que os provocaram, assim também acontece com as medidas para o crescimento da economia. Os primeiros passam despercebidos e o Diabo passa por Santo. Os segundos são preteridos porque devido ainda ao tempo, não produzem votos. Haverá uma canalha de malditos mais repugnantes? Não deveria a pena de morte ser restaurada para crimes de alta traição, como os que presenciamos e que ficam impunes?

Devido a estes programas só produzirem resultados visíveis muito depois das próximas eleições, estas medidas têm sido sistematicamente proteladas e substituídas por mezinhas de resultados pobres e insuficientes, mas que se notam antes das próximas eleições, com que os jornalistas fabricam scoops para agradarem aos políticos e em que pegam e atiram como areia aos olhos da população para a enganar. São estas as simples
mas principais circunstâncias que têm enfiado o país no buraco em que os políticos o colocaram com a ajuda dos jornalistas.

Pior ainda, têm também engendrado a pobreza geral e escavado a divisão entre ricos e pobres cada vez mais profundamente. Ricos cada vez nais ricos, pobres cada vez mais pobres. Afinal, quase tudo (e todos) sem excepção tem sido afectado por uma desorganização completa, fruto do desinteresse dos políticos por aquilo que quer que seja não lhes sirva os seus sentimentos gananciosos e parasitas.

Cada partido no governo, por discursos muito semelhantes, quais fotocópias, tenta ludibriar a população com historietas ridículas, verdadeiras canções de embalar, ou melhor, de intoxicar. Basicamente, o conto do vigário é sempre o mesmo: a culpa do estado actual é do governo precedente – querendo fazer-nos esquecer de que eles próprios já foram governo precedente – mas agora vão tomar todas as medidas necessárias para endireitar a situação; com eles, Portugal vai realmente recuperar o atraso que eles mesmos (anteriormente, mas não o confessam) provocaram. Perto do fim do mandato começam a aventar-nos com as mezinhas podres que fizeram, grandes scoops jornaleiros, mas desta feita de sua autoria, o que não inibe a outra vara de porcos jornaleiros de os apoiar.

Certas acções produzem resultados mais rápidos, outras alongam-se a notar-se. Ninguém se recordará da decisão dum certo primeiro ministro em diminuir drasticamente o número das vagas para medicina? Nenhum carneiro papalvo ou espertalhão, político ou jornaleiro, comentou o caso na altura. Mas francamente, que outra poderia ser a consequência senão a actual falta de médicos? Alguém pensará que o homem tão brilhante que tomou tal decisão fosse suficientemente estúpido para não compreender o resultado da sua decisão? Que iria matar uma multidão enorme dos que nele confiavam? Múltiplas mais vezes o número dos assassinados nas estradas pelos seu construtores? Seria tão estúpido e irresponsável ou impregnado de maldade? No entanto, os carneiros continuaram a votar nele, merecendo, assim a morte que ele lhes reservou, agora culminada com os encerramentos de serviços imprescindíveis. A matança dos velhos e dos pobres. Talvez que os números escondidos se aproximem da maior chacina que jamais teve lugar na história em nome da liberdade: a Revolução Francesa que seguiu a tomada da Bastilha. A decisão de reduzir as vagas para medicina levou anos a produzir efeitos – o tempo da substituição gradual dos médicos existentes pelos que não se formaram – mas acabou por se sentir, pelo menos pelos mortos chamados para tratamento após 13 anos de espera (caso mais recente conhecido, mas apenas parte dum rol infinito).

Será possível que digam verdade, que vão inverter a situação? Será realmente possível que um governo, em poucos anos consiga refazer o que levou décadas a destruir? Ou não será mais uma impostura duma consagrada e vulgar quadrilha oligárquica tentando desesperadamente agarrar-se ao poder, conservar por mais uns anos as regalias e abusos a que não tem direito algum, a parasitar e a gozar com a carneirada estúpida, que os aplaude e aprova, sugando-lhes o sangue?

Estas atitudes e modos de governar são típicas das oligarquias ditatoriais. Ora, sabendo que a democracia é o governo do povo por sufrágio popular que nasceu como reacção contra os governos oligárquicos, quem quer que seja que chame ao sistema actual português uma democracia só o pode fazer por ignorância, por escárnio, por conveniência, ou por ludíbrio. Todas as possibilidades revelam a baixa índole de quem quer que defenda o sistema.

Tem sido amplamente provado em todo o mundo que tal recuperação relâmpago é uma “possibilidade impossível”. Vamos, então, continuar a admitir que uma corja de sabujos gananciosos – que tem provado que a sua única intenção é enganar-nos, vigarizar-nos, matar-nos com um sistema de saúde assassino, que construiu estradas assassinas onde nos matamos (a culpa é mais das estradas do que da falta de civismo, eles é que dizem que não, claro), que nos rouba as reformas para as distribuir por eles próprios e por outros párias dos grupos oligárquicos, que nos faz viver na miséria, que nos faz regredir cada ano mais, que não reforma uma justiça arcaica e inoperativa que é uma palhaçada ridícula que para nada serve – continue a comer a nossa carne, a sangrar-nos, a viver e a gozar à nossa custa? Vamos julgá-los pelos discursos de impostura e marketing sujo e nojento, ou pelos resultados concretos dos seus logros imundos? Vamos continuar a ser os tradicionais carneiros estúpidos e obedientes?

Fora com eles!

Veja-se a frase no redapé do blog desde a sua reabertura.

0 mentiras: