Blog do Leão Pelado



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A Destruição em Curso
Opinião-Aviso de Manuel Alegre

A destruição dos bens sociais nacionais e de leberdade tem-se acentuado nos últimos tempos. Com efeito, têm-se observado actos criminosos, tais como os perpetrados contra a liberdade em geral, a liberdade de expressão, a liberdade de imprensa já tão precária devido à rasquice que impera na profissão, os direitos de assistência na saúde e na justiça, a desertificação imposta ao interior, etc.

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Contra o medo, liberdade
24.07.2007 - 23h15, Manuel Alegre

Nasci e cresci num Portugal onde vigorava o medo. Contra eles lutei a vida inteira. Não posso ficar calado perante alguns casos ultimamente vindos a público. Casos pontuais, dir-se-á.

Mas que têm em comum a delação e a confusão entre lealdade e subserviência. Casos pontuais que, entretanto, começam a repetir-se. Não por acaso ou coincidência. Mas porque há um clima propício a comportamentos com raízes profundas na nossa história, desde os esbirros do Santo Ofício até aos bufos da PIDE. Casos pontuais em si mesmos inquietantes. E em que é tão condenável a denúncia como a conivência perante ela.

Não vivemos em ditadura, nem sequer é legítimo falar de deriva autoritária. As instituições democráticas funcionam. Então porquê a sensação de que nem sempre convém dizer o que se pensa? Porquê o medo? De quem e de quê? Talvez os fantasmas estejam na própria sociedade e sejam fruto da inexistência de uma cultura de liberdade individual.

Sottomayor Cardia escreveu, ainda estudante, que "só é livre o homem que liberta". Quem se cala perante a delação e o abuso está a inculcar o medo. Está a mutilar a sua liberdade e a ameaçar a liberdade dos outros. Ora isso é o que nunca pode acontecer em democracia. E muito menos num partido como o PS, que sempre foi um partido de homens e mulheres livres, "o partido sem medo", como era designado em 1975. Um partido que nasceu na luta contra a ditadura e que, depois do 25 de Abril, não permitiu que os perseguidos se transformassem em perseguidores, mostrando ao mundo que era possível passar de uma ditadura para a democracia sem cair noutra ditadura de sinal contrário.

Na campanha do penúltimo congresso socialista, em 2004, eu disse que havia medo. Medo de falar e de tomar livremente posição. Um medo resultante da dependência e de uma forma de vida partidária reduzida a seguir os vencedores (nacionais ou locais) para assim conquistar ou não perder posições (ou empregos). Medo de pensar pela própria cabeça, medo de discordar, medo de não ser completamente alinhado. No PS sempre houve sensibilidades, contestatários, críticos, pessoas que não tinham medo de dizer o que pensam e de ser contra quando entendiam que deviam ser contra. Aliás, os debates desse congresso, entre Sócrates, eu próprio e João Soares, projectaram o PS para fora de si mesmo e contribuíram em parte para a vitória alcançada nas legislativas. Mas parece que foram o canto do cisne. Ora o PS não pode auto-amordaçar-se, porque isso seria o mesmo que estrangular a sua própria alma.

Há, é claro, o álibi do Governo e da necessidade de reduzir o défice para respeitar os compromissos assumidos com Bruxelas. O Governo é condicionado a aplicar medidas decorrentes de uma Constituição económica europeia não escrita, que obriga os governos a atacar o seu próprio modelo social, reduzindo os serviços públicos, sobrecarregando os trabalhadores e as classes médias, que são pilares da democracia, impondo a desregulação e a flexigurança e agravando o desemprego, a precariedade e as desigualdades. Não necessariamente por maldade do Governo. Mas porque a isso obriga o Pacto de Estabilidade e Crescimento (PEC) conjugado com as Grandes Orientações de Política Económica. Sugeri, em tempos, que se deveria aproveitar a presidência da União Europeia para lançar o debate sobre a necessidade de rever o PEC. O Presidente Sarkozy tomou a iniciativa de o fazer. Gostei de ouvir Sócrates a manifestar-se contra o pensamento único. Mas é este que condiciona e espartilha em grande parte a acção do seu Governo.

Não vou demorar-me sobre a progressiva destruição do Serviço Nacional de Saúde, com, entre outras coisas, as taxas moderadoras sobre cirurgias e internamentos. Nem sobre o encerramento de serviços que agrava a desertificação do interior e a qualidade de vida das pessoas. Nem sobre a proposta de lei relativa ao regime do vínculo da Administração Pública, que reduz as funções do Estado à segurança, à autoridade e às relações internacionais, incluindo missões militares, secundarizando a dimensão administrativa dos direitos sociais. Nem sobre controversas alterações ao estatuto dos jornalistas em que têm sido especialmente contestadas a crescente desprotecção das fontes, com o que tal representa de risco para a liberdade de imprensa, assim como a intromissão indevida de personalidades e entidades na respectiva esfera deontológica. Nem sobre o cruzamento de dados relativos aos funcionários públicos, precedente grave que pode estender-se a outros sectores da sociedade. Nem ainda sobre a tendência privatizadora que, ao contrário do Tratado de Roma, onde se prevê a coexistência entre o público, o privado e o social, está a atingir todos os sectores estratégicos, incluindo a Rede Eléctrica Nacional, as Águas de Portugal e o próprio ensino superior, cujo novo regime jurídico, apesar das alterações introduzidas no Parlamento, suscita muitas dúvidas, nomeadamente no que respeita ao princípio da autonomia universitária.

Todas estas questões, como muitas outras, são susceptíveis de ser discutidas e abordadas de diferentes pontos de vista. Não pretendo ser detentor da verdade. Mas penso que falta uma estratégia que dê um sentido de futuro e de esperança a medidas, algumas das quais tão polémicas, que estão a afectar tanta gente ao mesmo tempo. Há também o álibi da presidência da União Europeia. Até agora, concordo com a acção do Governo. A cimeira com o Brasil e a eventual realização da cimeira com África vieram demonstrar que Portugal, pela História e pela língua, pode ter um papel muito superior ao do seu peso demográfico. Os países não se medem aos palmos. E ao contrário do que alguém disse, devemos orgulhar-nos de que venha a ser Portugal, em vez da Alemanha, a concluir o futuro Tratado europeu. Parafraseando um biógrafo de Churchill, a presidência portuguesa, na cimeira com o Brasil, recrutou a língua portuguesa para a frente da acção política. Merece o nosso aplauso.

O que não merece palmas é um certo estilo parecido com o que o PS criticou noutras maiorias. Nem a capacidade de decisão erigida num fim em si mesma, quase como uma ideologia. A tradição governamentalista continua a imperar em Portugal. Quando um partido vai para o Governo, este passa a mandar no partido, que, pouco a pouco, deixa de ter e manifestar opiniões próprias. A crítica é olhada com suspeita, o seguidismo transformado em virtude.

Admito que a porta é estreita e que, nas circunstâncias actuais, as alternativas não são fáceis. Mas há uma questão em relação à qual o PS jamais poderá tergiversar: essa questão é a liberdade. E quem diz liberdade diz liberdades. Liberdade de informação, liberdade de expressão, liberdade de crítica, liberdade que, segundo um clássico, é sempre a liberdade de pensar de maneira diferente. Qualquer deriva nesta matéria seria para o PS um verdadeiro suicídio.

António Sérgio, que é uma das fontes do socialismo português, prezava o seu "querido talvez" por oposição ao espírito dogmático. E Antero de Quental chamava-nos a atenção para estarmos sempre alerta em relação a nós próprios, porque "mesmo quando nos julgamos muito progressistas, trazemos dentro de nós um fanático e um beato". Temo que actualmente pouco ou nada se saiba destas e doutras referências.

Não se pode esquecer também a responsabilidade de um poder mediático que orienta a agenda política para o culto dos líderes, o estereótipo e o espectáculo, em detrimento do debate de ideias, da promoção do espírito crítico e da pedagogia democrática. Tenho por vezes a impressão de que certos políticos e certos jornalistas vivem num país virtual, sem povo, sem história nem memória.

Não tenho qualquer questão pessoal com José Sócrates, de quem muitas vezes discordo mas em quem aprecio o gosto pela intervenção política. O que ponho em causa é a redução da política à sua pessoa. Responsabilidade dele? A verdade é que não se perfilam, por enquanto, nenhumas alternativas à sua liderança. Nem dentro do PS nem, muito menos, no PSD. Ora isto não é bom para o próprio Sócrates, para o PS e para a democracia. Porque é em situações destas que aparecem os que tendem a ser mais papistas que o Papa. E sobretudo os que se calam, os que de repente desatam a espiar-se uns aos outros e os que por temor, veneração e respeitinho fomentam o seguidismo e o medo.

Sei, por experiência própria, que não é fácil mudar um partido por dentro. Mas também sei que, assim como, em certos momentos, como fez o PS no verão quente de 75, um partido pode mobilizar a opinião pública para combates decisivos, também pode suceder, em outras circunstâncias, como nas presidenciais de 2006 e, agora, em Lisboa, que os cidadãos, pela abstenção ou pelo voto, punam e corrijam os desvios e o afunilamento dos partidos políticos. Há mais vida para além das lógicas de aparelho. Se os principais partidos não vão ao encontro da vida, pode muito bem acontecer que a recomposição do sistema se faça pelo voto dos cidadãos. Tanto no sentido positivo como negativo, se tal ocorrer em torno de uma qualquer deriva populista. Há sempre esse risco. Os principais inimigos dos partidos políticos são aqueles que, dentro deles, promovem o seu fechamento e impedem a mudança e a abertura.

Por isso, como em tempo de outros temores escreveu Mário Cesariny: "Entre nós e as palavras, o nosso dever falar." Agora e sempre contra o medo, pela liberdade.

Publicado por Manuel Alegre no seu Web site.


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Manuel Alegre é hoje um político acima da definição justamente aplicada por este blog à maioria dos seus pares. De como é conhecido, nada resta a firmar sobre ele. Que por vezes tem tentado aproveitar-se de ocaões quando estas se deparam, também é certo, podendo também acrescentar-se que nunca usou aquele ultrajante e nojento marketing político demagogo com que o banditismo político português nos dá banhos de fezes quotidianos, ou quase.

Nota-se aqui, para além da sua opinião, a confirmação da inconveniência de que os outros partidos andam também por terra. Na verdade, reconhecendo que este governo é uma lástima em todos os sentidos, pelas modos de reconhecimento geral, sabe-se também que se o anterior tivesse continuado teria sido bem pior.

Parece impossível que o PSD, um partido de tradições democráticas e de pouca inclinação direitista, tenha encetado transformações que teriam sido extremas e de consequências altamente desastrosas para o país por comparação às do actual governo. Possivelmente por influência do pseudo-cristão que inventou o imposto dobre doações, que a seguir-se o seu plano seria a destruição completa dos sistemas sociais nacionais. A privatização para convir unicamente aos ricos. Aquele que agora afirma que Portugal não pode ter um sistema de protecção ao desemprego como os países avançados, necessário à flexibilização do emprego, ou seja, segundo afirma, flexibilize-se o emprego e deixe-se os empregados na miséria, que para evitar o roubo por necessidade se pode sempre pôr mais polícia na rua e dar mais meios à Judiciária. Bons princípios para um cristão. Que meta a sua cristandade naquele sítio que ele sabe.

Discorda-se todavia da certeza com que Manuel Alegre afirma que não vivemos em ditadura; pelo menos muitos dos acontecimentos demonstram que em liberdade e democracia é que não.

Uma outra conclusão a tirar da leitura de Manuel Alegre é que quando se chama a este governo indigno "Governo Socialista" visto o desacordo com as suas decisões pela parte de socialistas comprovados – e tendo em conta que estes não quererão bater muito forte com receio de destruir também aquilo que devem cinservar – o termo empregue caracteriza-se por um partidarismo insalubre que não pode dar lugar a uma discussão democrática, dada a sua intenção velada.

Francamente, se assim fosse, seria honesto chamar "Governo Social Democrata" ao dos malditos que procuraram destruir todas as instituições sociais, não deixando pedra sobre pedra? Não, são aberrações de canalhas que querem operar as suas baixas pulhices à sombra dum partido, qualquer que ele seja. Enquanto os portugueses não compreenderem que o que faz o mal não são os partidos, mas aqueles que os compõem, nada puderá mudar verdadeiramente: está-se a bater ao lado da questão, o que só aproveitará aos corruptos e aos malditos.

Mal intencionados conseguem introduzir-se por todo o lado . Até no Movimento de Intervenção e Cidadania há quem pretenda ocultar a corrupção e decisões anti-sociais de políticos de outros partidos, veja-se bem. Existem provas escritas, mas é de crer que seja uma excepção. No entanto, o facto confirma que em todo o lado há ovelhas ranhosas. O problema é que não as expulsam.

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A Europa dos Neocons
e a corrupção Galopante da Máfia Política Nacional

No momento em que vai voltar a discutir-se por todo o Velho Continente a Constituição Europeia propõem-nos, mais uma vez, que fiquemos calados e garantem-nos que será melhor que alguém decida por nós.
O aprofundamento da democracia na Europa depende da capacidade de envolver todos os europeus na construção desse projecto. O despotismo esclarecido é o caminho mais fácil para o desastre.

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Como vão longe a ideologia e as intenções de Robert Schuman, o pai da Europa. Como se sabe, logo ao fim da guerra, quis criar compromissos de interesses comuns entre os beligerantes a fim de que não houvesse mais guerras que devastassem o velho continente, vitimando as populações com a morte, a desolação e a miséria. Em 18 de Abril de 1951 foi assinado o Tratado do Mercado Único do Carvão e do Aço e que entrou em vigor em 15 de Julho de 1952, o tratado que fundou a Comunidade Europeia do Carvão e do Aço (os mais importantes objectos de comércio da altura), assinado pela RFA, França, Itália e pelos países do Benelux (Bélgica, Holanda e Luxemburgo). Vemos que os países do tratado de Roma são os mesmos e que se trata de facto de algo mais do que um simples embrião deste último tratado, seis anos mais tarde.

Para a união e amizade dos povos, para além dos interesses económicos, Robert Schuman e os seus seguidores planearam uma compreensão das culturas e a propagação da democracia, então assaz rudimentar, um conjunto que fomentaria a fraternidade entre os povos. Note-se que os feitos de Schuman se baseavam nas ideias de Jean Monet, um chefe da Resistência Francesa assassinado pelos Alemães como terrorista e que os franceses transformaram, no seu maior herói nacional, a quem prestaram as maiores homenagens dos tempos modernos. O General De Gaulle, como comandante da Resistência, pode ser assim considerado o fundador do terrorismo moderno, casos chamemos terroristas àqueles que defendem o solo pátrio dos invasores. A história, e não os políticos, conta-nos a verdade.

Os países formaram e especializaram os professores para desde a infância moldarem o carácter e o civismo das novas gerações. Evitaram assim que os pais, impossíveis de ensinar como educar os filhos pelo seu número muito superior e pela sua idade, continuassem a embutir os seus descendentes com as ideias arcaicas que fomentaram as quase permanentes guerras do triste passado. Entretanto, para a reconstrução do que fora destroçado, toda a gente trabalhava longas horas e sem o necessário tempo para se ocupar dos filhos. Para ultrapassar este falta, creches gratuitas surgiram em todos os bairros como cogumelos brotam na floresta.

Portugal não fez nada, como de costume, no tempo do Salazar e só apanhou o comboio já em andamento três décadas mais tarde, ou seja quando as gerações do após guerra, armadas do necessário para levarem o progresso aos encontrava-se, consequentemente, com uma população de ovelhas ranhosas prontas a ser sangradas pelos oportunistas corruptos que formaram a nova classe política. À data da Abrilada havia ideais, incontestavelmente, e muitos idealistas, mas rapidamente até esses foram explorados pelos oportunistas, muitos deles corrompidos.

Alguém se lembrará do político português que previu esta situação? Foi esquecido, desmentido e acusado pelas suas opiniões que vieram a concretizar-se, precisamente pelos exploradores do povo, oportunistas e sanguinários. Pela falta de preparação idêntica aos outros europeus, à excepção dos do sul e leste da Europa, muitos assuntos não são ainda hoje compreendidos por uma boa parte da população. Sobretudo no que concerne os princípios e os valores democráticos, como são usados e praticados, tampouco como funciona uma democracia.

Os ensinamentos democráticos da Grécia clássica são hoje considerados em Portugal como ensinamentos filosóficos hipotéticos da digressão do pensamento, não como princípios básicos e reais. Crê-se tanto na sua evidente e concreta realidade como o mundo não acreditou nos relatos históricos de Heródoto de Halicarnasso até que os seus escritoss se comprovaram quase 2400 anos após a sua morte. Sem dúvida, não foi em vão que Vítor Hugo escreveu que a ignorância é a mãe da estupidez.

Deste modo Portugal, que nunca esteve à frente do desenvolvimento, foi ficando ainda mais para trás. Não se vai aqui mencionar como o grosso dos fundos de coesão recebidos da União Europeia foram desbaratados e roubados, mergulhando a população na atroz miséria avtual; está escrito em vários locais, site e blogs.

Entretanto, na restante Europa agora altamente civilizada devido ao trabalho árduo das gerações criadas logo a seguir à guerra – aqueles que trabalharam muito e não comiam o que queriam – foram envelhecendo e sendo substituídos pelos seus filhos. Estes aproveitáramos os mesmos métodos de ensino por que os pais passaram e usufruíram dum lógico e inerente aperfeiçoamento contínuo. Desfrutaram de muito mais facilidades e deixaram de apreciar e valorizar os princípios que lhes deram essa oportunidades.

A maioria dos governantes é agora constituída pelos que nasceram durante o período conhecido como o bayby-boom do pós-guerra. Tendo sempre usufruído da liberdade e da democracia conquistadas pelos pais, nas quais cresceram, não lhe reconhecem o mesmo valor. Substituíram os valores e os princípios que lhes deram essas conquistas numa bandeja por interesses estritamente financeiros. Afinal, para toda a gente e como é normal, o que é conquistado com maior esforço tem sempre um valor mais alto. Comemoraram os Tratado de Roma, conquista de Robert Schuman, mas não valorizam o que lhe deu a força e o ânimo para o alcançar.

Em consequência, começaram a pensar em sacrificar as conquistas dos seus pais a desejos económicos, desprezando a relativa riqueza por eles obtida, que consideraram pouca. Sob uma capa de democracia rota e falsa, apareceram alguns impostores que se associaram aos neocons dos EUA, como o selvagem ex-chefe do governo neocon espanhol ou mais recentemente o do actual francês. Ao primeiro, por ser tão besta foi concedida especial consideração pelos clãs oligárquicos portugueses. Após ter sido corrido do governo do seu país andou a pavonear-se pelos países com deficit de democracia. Como se poderão prestar honrarias a tal monstro sem que se seja também um? Em França não se passa hoje muito diferente.

Seguindo os maus exemplos exteriores, como é de uso natural na máfia política portuguesa, o PSD não conseguiu destruir completamente os serviços de saúde e de segurança social só e apenas não ter tido tempo. Foi bem anunciado e a preparação estava quase terminada, só faltava consumá-lo. Embora tenhamos caído num sistema abertamente pró-nazi e anti-democrático que nem a constituição acata e que mata os cidadãos na saúde, no socorro e à fome, principalmente os mais necessitados e mais idosos, somos obrigados a, mesmo assim, regozijar-nos de não ter sido pior, como o PSD sem qualquer dúvida faria. Que tristeza, a classe política segue os trilhos dos bandidos e saqueadores ao ponto de termos de nos resignar por não haver melhor escolha. O PSD que não é um partido da direita comporta-se como se fosse da extrema direita? Não, nada disso, os partidos portugueses não seguem as suas ideologias, mas apenas a satisfação gananciosa de políticos incapazes, mas vigaristas e burlões. Triste constatação. Até quando se aguentará sem estrebuchar?

Nesta conjuntura, eis que a Constituição Europeia, já anteriormente recusada nalguns países apenas por falta de visão de medidas sociais, vai de novo ser apresentada aos países. Os neocons tentam agora fazer passar o mesmo texto, piorado mas pasteurizado. Para terem a certeza de que passará, juntam-se alguns acordam em negar aos seus povos o direito a se pronunciarem. A maioria dos povos, agora democratizados, não pode aceitar tais imposições. Se elas forem, mesmo assim, impostas por déspotas, pode prever-se um desastre que tanto se pode dar a curto como a médio prazo. Se isto não ocorrer não haverá união digna desse nome. Os povos não aceitarão e retirar-lhes-á o entusiasmo na construção do projecto de Robert Schuman. O resultado poderá produzir um grande entrave e até uma desconstrução da Europa. Os povos já andam há algum tempo descontentes por ultimamente ser sempre o capitalismo a ganhar sobre o socialismo, pela progressiva falta de socialismo na EU.

Em Portugal, onde os políticos se servem da mentira como do ar que respiram, ouvimos o primeiro ministro num dia dizer descaradamente que não podia decidir se haveria referendo ou não – servindo-se dum furo na constituição – sem conhecer o que continha o tratado. Imediatamente, topa-se a falsidade constituída por uma mentira e uma canalhice. A mentira é que ele sabe muito bem o que lá está, ou seja, o bolo não está ainda feito, mas os ingredientes foram-lhe todos entregues pela Alemanha e não se podem mudar. Para o confirmar, ele mesmo o declarou dois dias após as suas imposturas, confirmando que nada poderia ser mudado. Se sabe o que lá está e que não o pode mudar, mentiu com quantos dentes tinha na boca, que só por se servir deles para mentir lhos deviam arrancar. A canalhice é ele julgar-se com o direito de decidir se os termos a redigir serão ou não convincentes para os portugueses, outorgando-lhes ou não o direito de se pronunciarem.

Como se verifica, mesmo que a UE tenha muitos inconvenientes, a ponto de continuar a ser repudiada pala população Suíça a cada referendo por falta de democracia, para Portugal, dado não sermos uma democracia, as vantagens superam os inconvenientes de longe. É uma vergonha dizê-lo, mas devemos reconhecer que a UE nos pode proteger, ainda que pouco, das decisões antidemocráticas dos políticos. Pena é que quase se limite (cá voltamos) a casos de ordem económica, como se verifica actualmente na imposição da anulação dum imposto inédito em todo o mundo: um imposto sobre outro imposto. Que vigarice! Todos os partidos têm colaborado na vigarice, pois que nenhum se opôs. Que cambada!

O Sócrates já se queimou mesmo antes do início do Concelho da Europa ser chefiado por Portugal. Foi acusado de traidor pela Human Rights Watch.

Vamos de mal a pior. Se não tomamos as rédeas das bestas políticas nas nossas mãos arriscamo-nos a que nos projectem da sela por cima das orelhas. Animais selvagens têm que ser domesticados ou recambiados para o seu habitat natural, a selva. Não se duvide, o mal não está em nenhum partido, mas na máfia maligna que os compõe.

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Como se Destrói um Povo
Apregoando Demagogia por Democracia

Cada vez se compreende menos a atitude dos portugueses face às ditaduras. Conformam-se, tudo aguentam sem refilar. Tudo admitem. Alguns acobardam-se a tal ponto que até de escrever na Internet se retraem.

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O Déspota Iluminado

A cada dia que passa assistimos às desesperadas tentativas governamentais em demonstrar uma arrogância com tanta insistência que só pode comparar-se à arrogância dos pedantes ignorantes mal intencionados.

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A Insistência e a Persistência na Asneirola e na Corrupção

Persiste-se em esbanjar os fundos do Estado (os nossos) dando computadores portáveis aos alunos. Esbanjar, quando a experiência obtida noutros países demonstrou há já alguns anos que é uma medida que prejudica a aprendizagem, pelas provas apresentadas neste blog. Insiste-se na corrupção sectária de nomear parasitas para cargos públicos em lugar de os pôr a concurso para serem ocupados por gente competente.


Aditamento:

Após publicação deste post, foram noticiados alguns acontecimentos significativos sobre a utilização dada aos computadores pelas crianças. Pelo que se ouviu, foram encontrados imensos casos da maior promiscuidade, incluindo prostituição de crianças por sua própria vontade, pela Internet, sobretudo no uso dos chat-rooms. O uso de computadores pelas crianças deve fazer objecto duma vigilância estrita por parte dos seus educadores. Estes são geralmente os pais e todos conhecemos a sua inexperiência, falta de preparação e pobreza mental. O que equivale a deixar as crianças e os estudantes adolescentes entregues a si mesmos. Nestas condições, instigar o uso da Internet é uma falta com consequências extremamente desastrosas a somar à outras acima citadas.

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