Blog do Leão Pelado



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Colaboradores:

A. João Soares, Aruangua, J. Rodrigues, Sapiens, Mentiroso



Crime na Estrada

All truth passes through three stages:


First, it is ridiculed;
Second, it is violently opposed;
and Third, it is accepted as self-evident.


Arthur Schopenhauer (1788-1860)

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A Demagogia dos Impostos
Carga Demasiada ou Correcta?

Ouvindo os partido vemos que cada um apenas quer vender as suas sardinhas. Novidade?! Cada político conta uma história à sua conveniência. Que acontece com a grande maioria dos portugueses que os ouvem? Que ficam os desinformados a saber?


  • Pagamos muito, no total? Não.

  • Os encargos são bem distribuídos? Não, há quem devesse pagar mais e quem devesse pagar menos.

  • O dinheiro dos impostos é bem utilizado? Não, é como com o do sistema de saúde, pagamos pelo menos tanto quanto os ouros e é usado para nos matar, até somos o único país em que não se pode ir ao médico que se quiser.

Se não tomarmos mão na canalha corrupta serão eles a destruir-nos. Não temos provas suficientes?

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A Barbárie Castelhana

Espanha, grande, una, imperialista, autoritária e sanguinária. Desde a sua união, feita a ferro e fogo, que se mostra ser o povo mais bárbaro, selvagem e carniceiro do universo, empregando métodos de exterminação e de genocídio que envergonhariam os próprios mongóis. Como foi o caso de exterminação total dos pacíficos índios autóctones da ilha Hispaniola e doutras dos arquipélagos vizinhos.

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O Procedimento da Polícia
Parte II

E-mails curiosos ou talvez não?
Espantosas artimanhas e comportamento inqualificável.

(1) eu escrevo as minhas opiniões quando quero e no meu blogue, não comento textos encomendados para mim!, (2) Chega de tentativas de controlo e de busca de opiniões pessoais irrelevantes. (3) Sei muito bem o que fazer, não preciso de reeducadores


Porém, a mensagem era uma informação, não dizia a ninguém para responder nem para comentar, não demonstrava controlar o que quer que fosse, não pedia qualquer opinião, nem este blog tem qualquer vocação pedagógica. Também não escreve as suas opiniões apenas no seu blog, posto que os comentários nos blogs dos outros também o são. Parece que este senhor, manifestamente, não só aprova a situação de desgraça em que a polícia se encontra, como defende as políticas que a criaram e têm assim desgraçado este país baseadas na corrupção da ganância de políticos indignos. Vendo um pouco mais profundamente, verifica-se que nunca contestou nada que pudesse pôr em causa o sistema actual oligárquico a que os oligarcas e apoiantes alcunham de democracia. Uma busca sucinta no seu blog, usando o sistema de busca na barra do blog, revela nem que fez qualquer menção ao caso do Prof. António Balbino Caldeira, nem ao caso do Prof. Charua, nem ao caso da OTA, nem sobre a miséria dos serviços de saúde ou das reformas, nem as reformas milionárias que a corrupção permite a certos privilegiados ilegítimos, nem aos ordenados abusivos de cargos oficiais ocupados por parasitas. Nunca fez a mínima referência aos problemas sociais e às desgraças que pesam sobre o país, nem qualquer abordagem a sujeitos que tanto têm afectado a população, como podemos ler em tantos blogs politicamente honestos. Todavia, defende as ideias de Bagão Félix, que só não destruiu a Segurança Social por completo porque não teve tempo, como se pode verificar nos seus posts.

Há uns meses viu-se forçado a sair do blog A Voz do Povo por incompatibilidade de ideias com os outros colaboradores. Aparenta ser um bufo que se serve dos nomes das honrosas instituições que serviu em seu proveito. Um indivíduo que representa aqueles a quem se deve a continuidade do estado actual do país por o aprovar. Como os políticos, pelo que não pode ter cara para criticar os exemplos que segue. Comenta nos blogs dos outros, mas no seu nada escreve sobre estes assuntos preocupantes. O seu blog é a antítese de outros blogs honestos, como o Do Mirante, O Anarquista ou o Filhos de um Deus Menor, onde os seus autores têm exposto nobremente e com dignidade todos os casos acima referidos e muitos outros mais.

O indivíduo em questão mentiu da forma mais abjecta, que é a de juntar as suas mentiras às verdades dos outros, além de ter juntado muito mais endereços ao e-mail original. É um anti bons princípios e Direitos Humanos.

Uma das mensagens recebidas das pessoas que suportaram a louca matracagem de mensagens repetidas veio confirmar peremptoriamente a pungente autenticidade a actualidade do texto da mensagem, assim como o deste artigo. A que se segue é a segunda recebida duma dessas pessoas.


Boa noite, mais uma vez, meu caro Leao Pelado...

Bom, li atentamente a sua resposta e procurei bem nos pontos que referiu.
È bom, que se possa dialogar e chegar a um consenso de ideias, mesmo que vindas de partes opostas, se encontrem e dai resulte um entendimento.
Creia, que me revolta ( e acho que deixei isso bem expresso no meu texto), a má ideia que a maioria da população tem das nossas forças policiais.
Creio que sabe também, que a familia dum militar, policia, GNR, o que seja, esta sujeita igualmente a um enorme stress. O facto dos policias estarem desmotivados, reflecte-se muitas vezes, no seu desempenho dentro e fora dos aquartelamentos.
Por isso, já não me espanta, quando um polícia, pura e simplesmente, comete um acto tresloucado e mata alguém, esmurra o vizinho e depois, mata-se a ele próprio.
Imagina, porventura, as pressões internas a que eles estão sujeitos? O ratio de multas que têm que realizar por mês? Porque senão, o comandante do posto, é chamado e é-lhe perguntado o porquê da ausência de multas.........
Sabe, por acaso, que no posto do meu marido, as ratazanas, convivem diariamente com os militares?
E pagam bastante por um aluguer num posto com essas condições, quando têm terreno cedido para fazer um posto de raiz há já uns bons anos?
Sabe que o mesmo posto serve "á vez" com outro posto doutra freguesia, e que de noite só fica UM (1) homem de serviço?
Sabe que há cerca de 1 ano, aquando duma época de tensão por causa de uma onda de assaltos, pediram armas mais modernas que as emperradas G3 e mais 1 viatura, além de homens. Pois, reformaram-se 3, entraram 2, sendo logo 1 despachado para a secção de cinética. As armas, sim, vieram. Cerca de 3 meses depois foram retiradas. Onde estão? Não sabem. Possivelmente em Lisboa. Carros? Os mesmos, Jeeps velhos, e só um ligeiro, mais novo, mas que não chega. E o meu marido muitas das vezes faz 16 horas seguidas. O que é absurdo e irregular.
Faltavam-lhe 3 anos para a reforma. Conta tempo da tropa. Pois, ficou agravado. Agora só daqui a cinco anos.
Não chega?
Meu caro senhor, eu sei que estamos num pais de corruptos. Mas não me venham dizer que a policia é corrupta, porque aceita tudo. Aí vamos por 2 caminhos. Se há corrupto, há corruptor. E o que se espera, quando um simples trolha, ganha mais que um agente da autoridade, tendo este mais responsabilidades?
Adianta, sim. Adianta fazermos queixa, mas uma queixa consciente e directa aos meios certos.
Adianta, se as forças armadas TODAS UNIDAS se revoltassem. Mas.....há a repressão, no é mesmo?
No entanto, continuam a dar o seu melhor, com a revolta no coração e o desalento na voz, quando um camarada é injustamente condenado. Veja o caso dos Sargentos.
As FAP.....um bom sítio onde se pode dizer que o dinheiro esta esbanjado de qualquer maneira. Material comprado a peso de ouro, já obsoleto, metido ainda como veio. Em caixotes, por montar.
O que os Americanos nos impingiram. O lixo que não quiseram.
E os contratos que fazem, com os recrutas.......formam muito bem pessoal, pagam muito mal, depois admiram-se que eles desandem e desmotivem.
Também, e muito pessoalmente, quanto a mim, tivemos uma aberração como ministro da defesa, não é?
E vamos tendo aberrações como ministros de saúde e educação..........
Por falar nisso, estou a braços com uma cruzada entre a DREN, a Segurança Social e a associação de Deficientes autistas.
Tudo porque são Ministérios diferentes...... e ninguém quer ficar sem a migalha do bolo. E com isto prejudica-se crianças que poderiam desenvolver com uma boa orientação e outra formação.
Estou amarga, sim, meu caro. Amarga, porque isto é o País que me forçaram a viver, a aceitar. Porque era e quis continuar a ser Portuguesa. Porque fui habituada a cantar o hino e saudar a bandeira nacional.
Sobretudo, fomos, eu e meu marido (os filhos nasceram cá) vitimas duma descolonização maldita, que nós não queríamos e nos impuseram.
Vi, aos 17, 18 anos, massacres e ódios, que muitos veteranos de guerra, nao conheceram.
Revolto-me porque quais animais amestrados, os nossos governantes por medo das represálias, não recebam um lider espiritual, anti-violência, enquanto batem palmas a um monstro na Cimeira dos Paises Africanos, um nome que me dá vómitos só em o pronunciar: MUGABE.
Esse sim, esse chacina, decapita, mata e rouba. E leva o povo dele á extinção e á miseria, ao desespero pela fome. Eu conheci a Rhodésia (Zimbabué) do antigamente. Nao vi miséria, antes pelo contrario. Só me incomodava o apartheid, como o da South Àfrica. Em Moçambique, não tínhamos isso e creia-me, éramos bem mais livres que o pessoal de cá e do que agora.

Acho que me alonguei. E divaguei. Desculpe. Realmente e com razão, constato, depois de ler o seu blog atentamente, que temos ideias muito semelhantes em vários pontos.
O facto de lhe ter dito que muitas vezes nem leio, deve-se ao facto de receber um sem nº de mails políticos que me são enviados de todo o lado (nem sei bem como têm acesso ao meu mail) e estar tão saturada de politica, que só de saber que é politica, já os ponho de lado.
Gostaria sim, de transmitir uma boa imagem do país aos meus filhos e amigos que estão no estrangeiro. Não consigo.
Não vejo a ponta da corda, a luz que falta no fundo do túnel. Não vejo alternativas.
O meu filho foi para as FAP por convicção, vontade própria. Foi com lágrimas que assisti ao juramento de Bandeira dele. È com lágrimas que vejo um país a afundar. E o facto de me sentir impotente para mudar algo.
Porque há uma "manta abafadora" que impede.
Há muita coisa a ser dita e feita sim. Como, e começar por onde?
Uma coisa é certa, gostei de "dialogar" consigo. Vejo que é uma pessoa correcta e não daqueles politicozinhos com que nos cruzamos a cada esquina. Estava errada no precipitado juizo que fiz e peço desculpa.

Um abraço e fico aguardando um resposta e....dias melhores.



Conclusão. O caso da polícia é muitíssimo grave e a corrupção continua a agravá-lo. Não muito divergente, tendo em conta as diferenças de contexto, passa-se com as forças Armadas.

Nota: Após estes acontecimentos, o autor da reenvio repetido da mensagem original, a que juntou os seus comentário e outros endereços. mudou o seu blog quase completamente de um dia para o outro incluindo o tema de base. Eliminou os posts que não correspondiam ao novo tema e juntou outros. Um exemplo dum post apagado constata-se numa referência que ele lhe fez num comentário que deixou num outro blog, o sexto. Continha um texto de Bagão Félix, intitulava-se «Degradação Grave, Cada Vez mais Perigosa» e ainda um elogio à sua boa obra. Aquele que só não destruiu a Segurança Social na sua totalidade, pior do que o actual governo, apenas porque não teve tempo. Na altura desta redação ainda lá se encontra, mas o autor dum comentário pode apagá-lo, deixando apenas uma marca que o dono do blog pode eliminar.

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O Procedimento da Polícia
Parte I

O Blog enviou ultimamente uma mensagem as suas relações da Internet sobre o procedimento da polícia e as suas verdadeiras causas. A maioria das pessoas culpa a polícia e a Guarda Nacional Republicana pelo seu comportamento. Agressões pessoais, espancamentos, brutalidade, falta de civismo, abuso de autoridade, caça à multa, etc. mas esquece-se sempre de mencionar o que provoca estes acontecimentos lamentáveis. Tanto os políticos como os coniventes jornaleiros o ocultam com esmero.

O Procedimento da Polícia

Como procede uma polícia incapaz, por falta de formação para actuar eficientemente e simultaneamente se comportar de acordo com os mais elementares princípios democráticos mundialmente reconhecidos?

A resposta é mais simples que o que se poderia prever: A polícia actua da maneira que todos nós bem conhecemos e ainda como consta nos relatórios da Amnistia Internacional e da Human Rights Watch.

Detalhando um pouco, são espancamentos nas esquadras e nas ruas, tortura, decapitação de um interrogado, etc. Andam aos tiros pelas ruas como num western de tresloucados. Comportam-se como que com problemas mentais e sabemos que muitos, infelizmente, os têm mesmo. Como não têm capacidade de investigação, tentam arrancar confissões à cacetada. E ainda infringindo todos os regulamentos, como estacionando (estacionar não é parar) conscientemente sobre locais bem assinalados de proibição para até parar e mesmo sobre passagens de peões, o que é considerado crime em países civilizados. Param as ambulâncias por tempo suficiente para o socorrido morrer (mais de vinte minutos, na semana passada), perseguições desautorizadas em veículos não identificados, etc., etc.

Presentemente, circula nos EUA a informação de que a acusação do casal McCann se baseia sobre um ADN que poderia ser proveniente de qualquer pessoa da família e não exactamente da filha. Acusam a polícia Judiciária de querer arranjar um bode expiatório a fim de reabilitar da desconsideração geral internacional por incompetência, não apenas do ponto de vista do RU.

Mas o que é que se passa com a polícia? Nunca esquecer que este estado, tal como a quase totalidade dos males e dos problemas se deve unicamente à contínua falta de preparação geral e especial dos agentes, os quais, em consequência, se devem considerar como inocentes objectos de execução das graves faltas que praticam originadas na corrupção política. São estes últimos os verdadeiros responsáveis, tanto pelas pequenas e ridículas asneirolas como dos assassínios, cometidos por todos os agentes de polícia.

No artigo do ficheiro em anexo, da autoria da jornalista do Sol, Sofia Graça, dão-se exemplos da actuação da polícia condenados por tribunais. Conhece-se também como actuar em caso de se ser vítima dum caso idêntico.

Este artigo é enviado por se considerar de grande interesse para todos e em especial para qualquer pessoa que conduza um veículo.

Em todas as irregularidades cometidas por agentes da polícia devem identificar-se o/s agente/s, participar o acontecimento ao comando nacional e apresentar queixa judicial. Devido às prevaricações serem tão comuns e frequentes, de algum modo recairão nos chefes responsáveis. Se se estiver à espera que seja o vizinho ou o próximo a fazê-lo a situação não mudará e não teremos qualquer razão em nos queixarmos: dormimos na cama que fazemos.

Nota: Esta comunicação não anuncia nenhum artigo ou post num blog, não é uma auto-publicidade e apenas refere uma publicação num jornal, links para relatórios oficiais da AI e da HRW e um texto antigo mas actual, todos bem descritivos da situação que se vive com a polícia e porquê.


Links para os relatórios oficiais:

Da Amnistia Internacional ...... 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9.
Da Human Rights Watch ....... 1, 2, 3.

(Fim do e-mail)

[Este artigo termina em breve, de forma singular, na Parte II]

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Governos Assassinam Idosos

O governo anterior, do PSD e do partido populista* do Ponto de Encontro, com a colaboração directa da Mizé das Nozes Pintainho, planearam tratar da saúde aos idosos. Esse governo só não destruiu completamente a Segurança Social e o sistema de pensões por falta de tempo.

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O Iberista Traidor Contra a
Amnistia Internacional

Conhecendo o caminho de traição às liberdades enveredado pelo actual governo português abertamente condenado pela Human Rights Watch, que chamou traidor a Sócrates, assistimos agora a uma outra tomada de posição no mesmo sentido.

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On Achève Bien Les Chevaux

Observando bem como Portugal é governado há décadas e reflectindo sobre todo o rol dos acontecimentos que se desenrolaram ao longo dessa época e do seu corolário, não se pode inibir de pensar que a intenção dos políticos governantes em relação à população possa ser diferente daquela tão bem expressa pelo título da versão francesa do filme de Sidney Pollack They Shoot Horses, Don’t They? Eles Matam os Cavalos a Tiro, Não Matam? On achève bien les cheveaux. Matam-se bem os cavalos. Alcunhado em português Os Cavalos Também se Abatem, título que, como é de prática, desvirtua o sentido.

On achève bien les cheveaux.



They Shoot Horses, Don’t They?

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A Destruição em Curso
Opinião-Aviso de Manuel Alegre

A destruição dos bens sociais nacionais e de leberdade tem-se acentuado nos últimos tempos. Com efeito, têm-se observado actos criminosos, tais como os perpetrados contra a liberdade em geral, a liberdade de expressão, a liberdade de imprensa já tão precária devido à rasquice que impera na profissão, os direitos de assistência na saúde e na justiça, a desertificação imposta ao interior, etc.

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Contra o medo, liberdade
24.07.2007 - 23h15, Manuel Alegre

Nasci e cresci num Portugal onde vigorava o medo. Contra eles lutei a vida inteira. Não posso ficar calado perante alguns casos ultimamente vindos a público. Casos pontuais, dir-se-á.

Mas que têm em comum a delação e a confusão entre lealdade e subserviência. Casos pontuais que, entretanto, começam a repetir-se. Não por acaso ou coincidência. Mas porque há um clima propício a comportamentos com raízes profundas na nossa história, desde os esbirros do Santo Ofício até aos bufos da PIDE. Casos pontuais em si mesmos inquietantes. E em que é tão condenável a denúncia como a conivência perante ela.

Não vivemos em ditadura, nem sequer é legítimo falar de deriva autoritária. As instituições democráticas funcionam. Então porquê a sensação de que nem sempre convém dizer o que se pensa? Porquê o medo? De quem e de quê? Talvez os fantasmas estejam na própria sociedade e sejam fruto da inexistência de uma cultura de liberdade individual.

Sottomayor Cardia escreveu, ainda estudante, que "só é livre o homem que liberta". Quem se cala perante a delação e o abuso está a inculcar o medo. Está a mutilar a sua liberdade e a ameaçar a liberdade dos outros. Ora isso é o que nunca pode acontecer em democracia. E muito menos num partido como o PS, que sempre foi um partido de homens e mulheres livres, "o partido sem medo", como era designado em 1975. Um partido que nasceu na luta contra a ditadura e que, depois do 25 de Abril, não permitiu que os perseguidos se transformassem em perseguidores, mostrando ao mundo que era possível passar de uma ditadura para a democracia sem cair noutra ditadura de sinal contrário.

Na campanha do penúltimo congresso socialista, em 2004, eu disse que havia medo. Medo de falar e de tomar livremente posição. Um medo resultante da dependência e de uma forma de vida partidária reduzida a seguir os vencedores (nacionais ou locais) para assim conquistar ou não perder posições (ou empregos). Medo de pensar pela própria cabeça, medo de discordar, medo de não ser completamente alinhado. No PS sempre houve sensibilidades, contestatários, críticos, pessoas que não tinham medo de dizer o que pensam e de ser contra quando entendiam que deviam ser contra. Aliás, os debates desse congresso, entre Sócrates, eu próprio e João Soares, projectaram o PS para fora de si mesmo e contribuíram em parte para a vitória alcançada nas legislativas. Mas parece que foram o canto do cisne. Ora o PS não pode auto-amordaçar-se, porque isso seria o mesmo que estrangular a sua própria alma.

Há, é claro, o álibi do Governo e da necessidade de reduzir o défice para respeitar os compromissos assumidos com Bruxelas. O Governo é condicionado a aplicar medidas decorrentes de uma Constituição económica europeia não escrita, que obriga os governos a atacar o seu próprio modelo social, reduzindo os serviços públicos, sobrecarregando os trabalhadores e as classes médias, que são pilares da democracia, impondo a desregulação e a flexigurança e agravando o desemprego, a precariedade e as desigualdades. Não necessariamente por maldade do Governo. Mas porque a isso obriga o Pacto de Estabilidade e Crescimento (PEC) conjugado com as Grandes Orientações de Política Económica. Sugeri, em tempos, que se deveria aproveitar a presidência da União Europeia para lançar o debate sobre a necessidade de rever o PEC. O Presidente Sarkozy tomou a iniciativa de o fazer. Gostei de ouvir Sócrates a manifestar-se contra o pensamento único. Mas é este que condiciona e espartilha em grande parte a acção do seu Governo.

Não vou demorar-me sobre a progressiva destruição do Serviço Nacional de Saúde, com, entre outras coisas, as taxas moderadoras sobre cirurgias e internamentos. Nem sobre o encerramento de serviços que agrava a desertificação do interior e a qualidade de vida das pessoas. Nem sobre a proposta de lei relativa ao regime do vínculo da Administração Pública, que reduz as funções do Estado à segurança, à autoridade e às relações internacionais, incluindo missões militares, secundarizando a dimensão administrativa dos direitos sociais. Nem sobre controversas alterações ao estatuto dos jornalistas em que têm sido especialmente contestadas a crescente desprotecção das fontes, com o que tal representa de risco para a liberdade de imprensa, assim como a intromissão indevida de personalidades e entidades na respectiva esfera deontológica. Nem sobre o cruzamento de dados relativos aos funcionários públicos, precedente grave que pode estender-se a outros sectores da sociedade. Nem ainda sobre a tendência privatizadora que, ao contrário do Tratado de Roma, onde se prevê a coexistência entre o público, o privado e o social, está a atingir todos os sectores estratégicos, incluindo a Rede Eléctrica Nacional, as Águas de Portugal e o próprio ensino superior, cujo novo regime jurídico, apesar das alterações introduzidas no Parlamento, suscita muitas dúvidas, nomeadamente no que respeita ao princípio da autonomia universitária.

Todas estas questões, como muitas outras, são susceptíveis de ser discutidas e abordadas de diferentes pontos de vista. Não pretendo ser detentor da verdade. Mas penso que falta uma estratégia que dê um sentido de futuro e de esperança a medidas, algumas das quais tão polémicas, que estão a afectar tanta gente ao mesmo tempo. Há também o álibi da presidência da União Europeia. Até agora, concordo com a acção do Governo. A cimeira com o Brasil e a eventual realização da cimeira com África vieram demonstrar que Portugal, pela História e pela língua, pode ter um papel muito superior ao do seu peso demográfico. Os países não se medem aos palmos. E ao contrário do que alguém disse, devemos orgulhar-nos de que venha a ser Portugal, em vez da Alemanha, a concluir o futuro Tratado europeu. Parafraseando um biógrafo de Churchill, a presidência portuguesa, na cimeira com o Brasil, recrutou a língua portuguesa para a frente da acção política. Merece o nosso aplauso.

O que não merece palmas é um certo estilo parecido com o que o PS criticou noutras maiorias. Nem a capacidade de decisão erigida num fim em si mesma, quase como uma ideologia. A tradição governamentalista continua a imperar em Portugal. Quando um partido vai para o Governo, este passa a mandar no partido, que, pouco a pouco, deixa de ter e manifestar opiniões próprias. A crítica é olhada com suspeita, o seguidismo transformado em virtude.

Admito que a porta é estreita e que, nas circunstâncias actuais, as alternativas não são fáceis. Mas há uma questão em relação à qual o PS jamais poderá tergiversar: essa questão é a liberdade. E quem diz liberdade diz liberdades. Liberdade de informação, liberdade de expressão, liberdade de crítica, liberdade que, segundo um clássico, é sempre a liberdade de pensar de maneira diferente. Qualquer deriva nesta matéria seria para o PS um verdadeiro suicídio.

António Sérgio, que é uma das fontes do socialismo português, prezava o seu "querido talvez" por oposição ao espírito dogmático. E Antero de Quental chamava-nos a atenção para estarmos sempre alerta em relação a nós próprios, porque "mesmo quando nos julgamos muito progressistas, trazemos dentro de nós um fanático e um beato". Temo que actualmente pouco ou nada se saiba destas e doutras referências.

Não se pode esquecer também a responsabilidade de um poder mediático que orienta a agenda política para o culto dos líderes, o estereótipo e o espectáculo, em detrimento do debate de ideias, da promoção do espírito crítico e da pedagogia democrática. Tenho por vezes a impressão de que certos políticos e certos jornalistas vivem num país virtual, sem povo, sem história nem memória.

Não tenho qualquer questão pessoal com José Sócrates, de quem muitas vezes discordo mas em quem aprecio o gosto pela intervenção política. O que ponho em causa é a redução da política à sua pessoa. Responsabilidade dele? A verdade é que não se perfilam, por enquanto, nenhumas alternativas à sua liderança. Nem dentro do PS nem, muito menos, no PSD. Ora isto não é bom para o próprio Sócrates, para o PS e para a democracia. Porque é em situações destas que aparecem os que tendem a ser mais papistas que o Papa. E sobretudo os que se calam, os que de repente desatam a espiar-se uns aos outros e os que por temor, veneração e respeitinho fomentam o seguidismo e o medo.

Sei, por experiência própria, que não é fácil mudar um partido por dentro. Mas também sei que, assim como, em certos momentos, como fez o PS no verão quente de 75, um partido pode mobilizar a opinião pública para combates decisivos, também pode suceder, em outras circunstâncias, como nas presidenciais de 2006 e, agora, em Lisboa, que os cidadãos, pela abstenção ou pelo voto, punam e corrijam os desvios e o afunilamento dos partidos políticos. Há mais vida para além das lógicas de aparelho. Se os principais partidos não vão ao encontro da vida, pode muito bem acontecer que a recomposição do sistema se faça pelo voto dos cidadãos. Tanto no sentido positivo como negativo, se tal ocorrer em torno de uma qualquer deriva populista. Há sempre esse risco. Os principais inimigos dos partidos políticos são aqueles que, dentro deles, promovem o seu fechamento e impedem a mudança e a abertura.

Por isso, como em tempo de outros temores escreveu Mário Cesariny: "Entre nós e as palavras, o nosso dever falar." Agora e sempre contra o medo, pela liberdade.

Publicado por Manuel Alegre no seu Web site.


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Manuel Alegre é hoje um político acima da definição justamente aplicada por este blog à maioria dos seus pares. De como é conhecido, nada resta a firmar sobre ele. Que por vezes tem tentado aproveitar-se de ocaões quando estas se deparam, também é certo, podendo também acrescentar-se que nunca usou aquele ultrajante e nojento marketing político demagogo com que o banditismo político português nos dá banhos de fezes quotidianos, ou quase.

Nota-se aqui, para além da sua opinião, a confirmação da inconveniência de que os outros partidos andam também por terra. Na verdade, reconhecendo que este governo é uma lástima em todos os sentidos, pelas modos de reconhecimento geral, sabe-se também que se o anterior tivesse continuado teria sido bem pior.

Parece impossível que o PSD, um partido de tradições democráticas e de pouca inclinação direitista, tenha encetado transformações que teriam sido extremas e de consequências altamente desastrosas para o país por comparação às do actual governo. Possivelmente por influência do pseudo-cristão que inventou o imposto dobre doações, que a seguir-se o seu plano seria a destruição completa dos sistemas sociais nacionais. A privatização para convir unicamente aos ricos. Aquele que agora afirma que Portugal não pode ter um sistema de protecção ao desemprego como os países avançados, necessário à flexibilização do emprego, ou seja, segundo afirma, flexibilize-se o emprego e deixe-se os empregados na miséria, que para evitar o roubo por necessidade se pode sempre pôr mais polícia na rua e dar mais meios à Judiciária. Bons princípios para um cristão. Que meta a sua cristandade naquele sítio que ele sabe.

Discorda-se todavia da certeza com que Manuel Alegre afirma que não vivemos em ditadura; pelo menos muitos dos acontecimentos demonstram que em liberdade e democracia é que não.

Uma outra conclusão a tirar da leitura de Manuel Alegre é que quando se chama a este governo indigno "Governo Socialista" visto o desacordo com as suas decisões pela parte de socialistas comprovados – e tendo em conta que estes não quererão bater muito forte com receio de destruir também aquilo que devem cinservar – o termo empregue caracteriza-se por um partidarismo insalubre que não pode dar lugar a uma discussão democrática, dada a sua intenção velada.

Francamente, se assim fosse, seria honesto chamar "Governo Social Democrata" ao dos malditos que procuraram destruir todas as instituições sociais, não deixando pedra sobre pedra? Não, são aberrações de canalhas que querem operar as suas baixas pulhices à sombra dum partido, qualquer que ele seja. Enquanto os portugueses não compreenderem que o que faz o mal não são os partidos, mas aqueles que os compõem, nada puderá mudar verdadeiramente: está-se a bater ao lado da questão, o que só aproveitará aos corruptos e aos malditos.

Mal intencionados conseguem introduzir-se por todo o lado . Até no Movimento de Intervenção e Cidadania há quem pretenda ocultar a corrupção e decisões anti-sociais de políticos de outros partidos, veja-se bem. Existem provas escritas, mas é de crer que seja uma excepção. No entanto, o facto confirma que em todo o lado há ovelhas ranhosas. O problema é que não as expulsam.

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A Europa dos Neocons
e a corrupção Galopante da Máfia Política Nacional

No momento em que vai voltar a discutir-se por todo o Velho Continente a Constituição Europeia propõem-nos, mais uma vez, que fiquemos calados e garantem-nos que será melhor que alguém decida por nós.
O aprofundamento da democracia na Europa depende da capacidade de envolver todos os europeus na construção desse projecto. O despotismo esclarecido é o caminho mais fácil para o desastre.

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Como vão longe a ideologia e as intenções de Robert Schuman, o pai da Europa. Como se sabe, logo ao fim da guerra, quis criar compromissos de interesses comuns entre os beligerantes a fim de que não houvesse mais guerras que devastassem o velho continente, vitimando as populações com a morte, a desolação e a miséria. Em 18 de Abril de 1951 foi assinado o Tratado do Mercado Único do Carvão e do Aço e que entrou em vigor em 15 de Julho de 1952, o tratado que fundou a Comunidade Europeia do Carvão e do Aço (os mais importantes objectos de comércio da altura), assinado pela RFA, França, Itália e pelos países do Benelux (Bélgica, Holanda e Luxemburgo). Vemos que os países do tratado de Roma são os mesmos e que se trata de facto de algo mais do que um simples embrião deste último tratado, seis anos mais tarde.

Para a união e amizade dos povos, para além dos interesses económicos, Robert Schuman e os seus seguidores planearam uma compreensão das culturas e a propagação da democracia, então assaz rudimentar, um conjunto que fomentaria a fraternidade entre os povos. Note-se que os feitos de Schuman se baseavam nas ideias de Jean Monet, um chefe da Resistência Francesa assassinado pelos Alemães como terrorista e que os franceses transformaram, no seu maior herói nacional, a quem prestaram as maiores homenagens dos tempos modernos. O General De Gaulle, como comandante da Resistência, pode ser assim considerado o fundador do terrorismo moderno, casos chamemos terroristas àqueles que defendem o solo pátrio dos invasores. A história, e não os políticos, conta-nos a verdade.

Os países formaram e especializaram os professores para desde a infância moldarem o carácter e o civismo das novas gerações. Evitaram assim que os pais, impossíveis de ensinar como educar os filhos pelo seu número muito superior e pela sua idade, continuassem a embutir os seus descendentes com as ideias arcaicas que fomentaram as quase permanentes guerras do triste passado. Entretanto, para a reconstrução do que fora destroçado, toda a gente trabalhava longas horas e sem o necessário tempo para se ocupar dos filhos. Para ultrapassar este falta, creches gratuitas surgiram em todos os bairros como cogumelos brotam na floresta.

Portugal não fez nada, como de costume, no tempo do Salazar e só apanhou o comboio já em andamento três décadas mais tarde, ou seja quando as gerações do após guerra, armadas do necessário para levarem o progresso aos encontrava-se, consequentemente, com uma população de ovelhas ranhosas prontas a ser sangradas pelos oportunistas corruptos que formaram a nova classe política. À data da Abrilada havia ideais, incontestavelmente, e muitos idealistas, mas rapidamente até esses foram explorados pelos oportunistas, muitos deles corrompidos.

Alguém se lembrará do político português que previu esta situação? Foi esquecido, desmentido e acusado pelas suas opiniões que vieram a concretizar-se, precisamente pelos exploradores do povo, oportunistas e sanguinários. Pela falta de preparação idêntica aos outros europeus, à excepção dos do sul e leste da Europa, muitos assuntos não são ainda hoje compreendidos por uma boa parte da população. Sobretudo no que concerne os princípios e os valores democráticos, como são usados e praticados, tampouco como funciona uma democracia.

Os ensinamentos democráticos da Grécia clássica são hoje considerados em Portugal como ensinamentos filosóficos hipotéticos da digressão do pensamento, não como princípios básicos e reais. Crê-se tanto na sua evidente e concreta realidade como o mundo não acreditou nos relatos históricos de Heródoto de Halicarnasso até que os seus escritoss se comprovaram quase 2400 anos após a sua morte. Sem dúvida, não foi em vão que Vítor Hugo escreveu que a ignorância é a mãe da estupidez.

Deste modo Portugal, que nunca esteve à frente do desenvolvimento, foi ficando ainda mais para trás. Não se vai aqui mencionar como o grosso dos fundos de coesão recebidos da União Europeia foram desbaratados e roubados, mergulhando a população na atroz miséria avtual; está escrito em vários locais, site e blogs.

Entretanto, na restante Europa agora altamente civilizada devido ao trabalho árduo das gerações criadas logo a seguir à guerra – aqueles que trabalharam muito e não comiam o que queriam – foram envelhecendo e sendo substituídos pelos seus filhos. Estes aproveitáramos os mesmos métodos de ensino por que os pais passaram e usufruíram dum lógico e inerente aperfeiçoamento contínuo. Desfrutaram de muito mais facilidades e deixaram de apreciar e valorizar os princípios que lhes deram essa oportunidades.

A maioria dos governantes é agora constituída pelos que nasceram durante o período conhecido como o bayby-boom do pós-guerra. Tendo sempre usufruído da liberdade e da democracia conquistadas pelos pais, nas quais cresceram, não lhe reconhecem o mesmo valor. Substituíram os valores e os princípios que lhes deram essas conquistas numa bandeja por interesses estritamente financeiros. Afinal, para toda a gente e como é normal, o que é conquistado com maior esforço tem sempre um valor mais alto. Comemoraram os Tratado de Roma, conquista de Robert Schuman, mas não valorizam o que lhe deu a força e o ânimo para o alcançar.

Em consequência, começaram a pensar em sacrificar as conquistas dos seus pais a desejos económicos, desprezando a relativa riqueza por eles obtida, que consideraram pouca. Sob uma capa de democracia rota e falsa, apareceram alguns impostores que se associaram aos neocons dos EUA, como o selvagem ex-chefe do governo neocon espanhol ou mais recentemente o do actual francês. Ao primeiro, por ser tão besta foi concedida especial consideração pelos clãs oligárquicos portugueses. Após ter sido corrido do governo do seu país andou a pavonear-se pelos países com deficit de democracia. Como se poderão prestar honrarias a tal monstro sem que se seja também um? Em França não se passa hoje muito diferente.

Seguindo os maus exemplos exteriores, como é de uso natural na máfia política portuguesa, o PSD não conseguiu destruir completamente os serviços de saúde e de segurança social só e apenas não ter tido tempo. Foi bem anunciado e a preparação estava quase terminada, só faltava consumá-lo. Embora tenhamos caído num sistema abertamente pró-nazi e anti-democrático que nem a constituição acata e que mata os cidadãos na saúde, no socorro e à fome, principalmente os mais necessitados e mais idosos, somos obrigados a, mesmo assim, regozijar-nos de não ter sido pior, como o PSD sem qualquer dúvida faria. Que tristeza, a classe política segue os trilhos dos bandidos e saqueadores ao ponto de termos de nos resignar por não haver melhor escolha. O PSD que não é um partido da direita comporta-se como se fosse da extrema direita? Não, nada disso, os partidos portugueses não seguem as suas ideologias, mas apenas a satisfação gananciosa de políticos incapazes, mas vigaristas e burlões. Triste constatação. Até quando se aguentará sem estrebuchar?

Nesta conjuntura, eis que a Constituição Europeia, já anteriormente recusada nalguns países apenas por falta de visão de medidas sociais, vai de novo ser apresentada aos países. Os neocons tentam agora fazer passar o mesmo texto, piorado mas pasteurizado. Para terem a certeza de que passará, juntam-se alguns acordam em negar aos seus povos o direito a se pronunciarem. A maioria dos povos, agora democratizados, não pode aceitar tais imposições. Se elas forem, mesmo assim, impostas por déspotas, pode prever-se um desastre que tanto se pode dar a curto como a médio prazo. Se isto não ocorrer não haverá união digna desse nome. Os povos não aceitarão e retirar-lhes-á o entusiasmo na construção do projecto de Robert Schuman. O resultado poderá produzir um grande entrave e até uma desconstrução da Europa. Os povos já andam há algum tempo descontentes por ultimamente ser sempre o capitalismo a ganhar sobre o socialismo, pela progressiva falta de socialismo na EU.

Em Portugal, onde os políticos se servem da mentira como do ar que respiram, ouvimos o primeiro ministro num dia dizer descaradamente que não podia decidir se haveria referendo ou não – servindo-se dum furo na constituição – sem conhecer o que continha o tratado. Imediatamente, topa-se a falsidade constituída por uma mentira e uma canalhice. A mentira é que ele sabe muito bem o que lá está, ou seja, o bolo não está ainda feito, mas os ingredientes foram-lhe todos entregues pela Alemanha e não se podem mudar. Para o confirmar, ele mesmo o declarou dois dias após as suas imposturas, confirmando que nada poderia ser mudado. Se sabe o que lá está e que não o pode mudar, mentiu com quantos dentes tinha na boca, que só por se servir deles para mentir lhos deviam arrancar. A canalhice é ele julgar-se com o direito de decidir se os termos a redigir serão ou não convincentes para os portugueses, outorgando-lhes ou não o direito de se pronunciarem.

Como se verifica, mesmo que a UE tenha muitos inconvenientes, a ponto de continuar a ser repudiada pala população Suíça a cada referendo por falta de democracia, para Portugal, dado não sermos uma democracia, as vantagens superam os inconvenientes de longe. É uma vergonha dizê-lo, mas devemos reconhecer que a UE nos pode proteger, ainda que pouco, das decisões antidemocráticas dos políticos. Pena é que quase se limite (cá voltamos) a casos de ordem económica, como se verifica actualmente na imposição da anulação dum imposto inédito em todo o mundo: um imposto sobre outro imposto. Que vigarice! Todos os partidos têm colaborado na vigarice, pois que nenhum se opôs. Que cambada!

O Sócrates já se queimou mesmo antes do início do Concelho da Europa ser chefiado por Portugal. Foi acusado de traidor pela Human Rights Watch.

Vamos de mal a pior. Se não tomamos as rédeas das bestas políticas nas nossas mãos arriscamo-nos a que nos projectem da sela por cima das orelhas. Animais selvagens têm que ser domesticados ou recambiados para o seu habitat natural, a selva. Não se duvide, o mal não está em nenhum partido, mas na máfia maligna que os compõe.

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Apregoando Demagogia por Democracia

Cada vez se compreende menos a atitude dos portugueses face às ditaduras. Conformam-se, tudo aguentam sem refilar. Tudo admitem. Alguns acobardam-se a tal ponto que até de escrever na Internet se retraem.

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